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domingo, 12 de abril de 2009

EXPERIMENTE MUDAR

Quando meu pai morreu tragicamente em 2005, mergulhei numa tristeza profunda, tão natural. Mas era preciso levantar, afinal, a vida continuava lá fora: raios de sol, criança, plantas, animais, gente que se ama.
A morte pode ser natural e trágica. Nenhuma das duas o ser humano a aceita. Pior, quando é a segunda. Nascer, crescer e morrer é a vida. Todos nós temos o dia final. Herói diante da morte é coisa rara. Todo homem fica frágil, quando bate à porta derradeira.
Um certo dia, surgiu uma raio de luz e trouxe uma mensagem:
- Faça o que tem de fazer, porque amanhã você pode não se encontrar por aqui.
Sempre sonhei em escrever livros. Desde a infância, me trancava no quarto e fazia versos. Conquistar nenhuma coleguinhas nunca consegui, fui um amante poeta frustrado. As rosas vermelhas também gostava de enviá-las. Pobre de mim, um homem apaixonado, às vezes é rídiculo. Das rosas e dos versos, na conquista amorosa, não me deixa saudade boa. O cantor Nilton César, naquele tempo da juventude, não é que eu me esteja velho, era meu cantor de preferência: "Receba as flores que lhe dou, eu cada flor um beijo meu, são flores lindas que lhe dou, rosa vermelha como a flor. (...) E seja assim por toda a vida." As amiguinhas de minha amada devem ter rido muito com meus presentes. Besta, idiota eram os sinônimos. Enquanto isso, Carolina era apaixonada por Marcelo, que não é o governador de Sergipe. O coleguinha era perdido, namorador, sem-vergonha, porém, tinha um trato especial com as donzelas. Só com o tempo a gente se torna um Marcelo. O cabra era o rei de conhecer as virgens. Éramos fãs de Marcelo. Se inveja pagasse imposto de renda, o leão engulia todos nós. Em verdade, o sucesso causa inveja. Uns vão à luta, outros ficam a lamentar. É necessário imitar os bens sucedidos. Copiar o bom é ser bom. Ruim é copiar o fracassado: só lamúria, tristeza e revolta.
Outro dia, passava Carolina, mãe de três filhos, professora . No protesto por melhores salários lá está Carolina. É uma heróina. Divorciada. Lutanto pela sobrevivência. Dignidade é com ela mesma. Sem marido, sem companheiro. Da escola para casa, aos domingos missa na Igreja. É a vida que levava Carolina. Não perdi a admiração da guerreira, mas da fêmea que provocava desejos, estava morta. Carolina está de peitos caídos. Cabelos brancos. Os olhos perderam o brilho. A velhice lhe chegou de forma precoce. Observei: seios estavam caídos, a barriga grande, parecia gravidez . O umbigo era uma tristeza. Caró perdeu a auto-estima.
E não é que de novo encontrei Carolina. Mudança total. Seios levantados, cintura de pilão, cabelos pintados, com saia curta. Ia esquecendo as pernas de Carolina sempre foram grossas. O olhar brilhante.
No tempo da feiúra nada pode dizer a Carolina. A experência ensina que a verdade dói, ninguém está preparado para ouvi-la. Mas agora era preciso:
- Carolina, você continua linda.
- Eu perdi muito tempo, me entreguei. Depois que recebi a herança de meu pai, operei seios, fiz lipo. Mudei a alimentação , tudo natural. Estou namorando. Viajei a Cuba . Estou vivendo.
Carolina mudou. Encontra-se numa nova vida. Vai casar.
E de mim, com a morte de meu pai, atendi ao raio de luz, continuo escrevendo livros.
Experimente Mudar é também título de um livro de um amigo meu, Dr. Pascoal, advogado, escritor, poeta. O cabra é de boa conversa. Eleva a alma humana.
VALE A PENA MUDAR, EXPERIMENTE!
DÊ A SUA VIDA UMA NOVA VIDA, AFINAL, PÁSCOA É RESSURREIÇÃO, VIDA NOVA.