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quarta-feira, 11 de março de 2009

SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ



Um dia, o amanhã chegará sem manhã. Todas as manhãs os raios de sol trazem luz, mas haverá uma manhã-exceção com pingos de choro, grito e lamento. Todavia, o que anima é que o mensageiro da luz banha o dia de amanhã.
O amanhã do trem da vida, que vai além e espalha na estação saudade, lágrima, não discrimina, todos são escolhidos do velho ao moço. O relógio do trem marca a hora e bem anuncia o apito da partida.
É preciso não olvidar - devemos fazer do hoje o último adeus, afinal, o dia de amanhã não conhecemos. Só bem sabe o Altíssimo. Vamos acordar do sono profundo, há o dia da matéria, um corpo haverá de partir.
Sim, amanhã é sem manhã. Em seu dia determinado não haverá fugitivo. Ninguém pode escapulir do instante fatal. Sendo assim, vamos colher a flor, semear a boa semente, correr, pular, brincar como criança e, para a pessoa amada, enquanto houver alento dizer:
- Eu te amo.
Antes que não haja mais tempo. O momento é agora!


Do livro Ninguém morre, Luciano do autor OSWALD ABREU.