O cabra foi cabo de polícia lá nas bandas de Anápolis, interior de Sergipe Del Rei. Chamava-se Jesus Antônio dos Santos. Nasceu no dia 24 de dezembro de 1901. Nos anos 30 constava com 29 anos. Analfabeto de pai e mãe. Ler era assunto do pessoal da casa-grande, o pobre diabo tinha nascido numa casa pequena. Outrora sensala. O emprego na polícia quem arranjou foi o coronel Pedro Freire. O homem era tarado em bater. Ofertar pancada era com ele mesmo. O pobre infeliz que caísse nas garras do bruto homem, podia ser chamado de coitado. Quem não conhecia o cabo nas intimidades do quartel de polícia, não poderia imaginar que o bicho era brabo mesmo. Ele falava mansamente, era cortês, gentil. Os gozadores até diziam: - Este como policial não merece um vintém. Quando chegava um preso, pouco importava se culpado ou inocente, o cabo Jesus ia aos cumprimentos. Que cumprimentos! Na Delegacia havia uma palmatória chamada Chiquinha Gonzaga. O cabo Jesus dizia ao preso: - Estou lhe batendo porque você está chorando, quando o desgraçado parava de chorar, o maldito falava: - Estou lhe batendo porque você parou de chorar.
A sorte do sujeito, era a chegada do delegado Argolo que ordenava o fim dos cumprimentos.
É preciso muito cuidado! Atrás de uma FALA MANSA encontra-se o CABO JESUS.
A sorte do sujeito, era a chegada do delegado Argolo que ordenava o fim dos cumprimentos.
É preciso muito cuidado! Atrás de uma FALA MANSA encontra-se o CABO JESUS.
Oswald Abreu