Visitante nº

sábado, 28 de março de 2009

A MORTE DE SINHAZINHA

No período escravocrata e nos anos 30 ainda predominava a Sinhazinha. A moça só casava sob determinação do senhor de engenho, do coronel. A rebelde era enviada para o convento. Ia ser noiva de Cristo para sempre. Foram morrendo os coronéis, as casas-grandes foram caindo, a riqueza foi dividida, as famílias chamadas tradicionais ficaram para contar a história. Um museu a céu aberto. As taças, os banquetes, os bailes na casa-grande são coisas do passado.
A sinhazinha corre no dia a dia , lutando pela sobrevivência. Trabalha, estuda, dirige. O tabu sexual foi jogado na lata do lixo. Faz amor, adormece com o seu namorado. Não prestou rá-ré-ri-ró-rua. O novo amor bate à porta. Senhorita Sinhazinha, coisa ultrapassada, é melhor, sinhazinha. A moça bem bronzeada, com o semblante de malícia, vai à alcova com seu mais novo amor. Alcova pare com palavra muito usada no século XIX, que tal cama mesmo.
O tempo mudou! Senhor meu pai foi trocado pelo e aí coroa, velho.
Novos tempos.
TUDO SE ESVAI COM O TEMPO.

Oswald Abreu
Escritor