A fama de Otoniel já corria quarteirão de um cordeirinho diante de sua mulher Dorotéia. A qualquer instante poderia surgir o grito:
_ Otoniel, vá comprar pão na padaria de Dominguinhos.
O homem sempre serviçal já estava pronto e dizia:
_ Já estou indo, minha santa.
Cortesia era com ele mesmo, parecia político em tempo eleitoral: fidalgo, gentil.
No salão de Fátima, as mulheres não paravam o badalo, a língua não cansava, era uma atleta incansável, conversavam até Zefinha chegar da lenha. Simone fora casada com o cabo Santos, gostava de filosofar:
_ Homem é como comerciante desonesto, só dá o troco faltando dinheiro. Nesta hora a solidariedade era quase geral, salvo o pronunciamento de Dorotéia, causava até antipatia de tanto elogio a Otoniel.
No salão de Fátima, até Jesus Cristo não era poupado. Judite, que não acreditava em Deus, metia o pau no homem de Nazaré. As colegas a chamavam de excomungada, amaldiçoada. Ela nem aí... Judite acreditava que Cristo fora um homem comum. Se fosse um Deus não teria morrido na cruz.
Lá vinha Dorotéia:
_ Simone, tenho vinte e cinco anos de casada, nunca peguei meu marido em deslize
_ Sorte sua, mas lhe aviso,: não confie. Cavalo manso o coice é mais forte.
_ Que nada, mulher, só porque você é divorciada, fica botando mau gosto.
_ Mulher, abra os olhos, confie, desconfiando. Gato que a gente muita acaricia, ele um dia causa lesões.
_ Mulher, o coitado é tão caseiro, passa o dia inteiro no computador
_ Dorotéia, o nome já está dizendo: computador, computa a dor.
_ Você, eih, é baixo astral!
_ Até que eu não me acho, sou é desconfiada.
O crime perfeito não existe. tudo que está sob o resplandecer do sol mais cedo ou no arrebol será visto. Na quarta-feira de cinzas, o cabra comeu um peixe estragado, deu-lhe uma dor de barriga, o canal do homem ficou bem ferido de tanto usar. Foi um vaivém sem trégua para o banheiro.
Há o dia do descuido. Otoniel deixou a tela do computador à vista. E na máquina Dorotéia leu:
"Meu amor, estou com saudade."
A casa caiu. A mulher que se achava forte, mergulhou em choro. Veio a depressão.
"Filho da p... Traidor. Logo com quem com Isaurinha, minha melhor amiga, carola, comedora de hóstia. Hipócrita, bandida, descarada, sem-vergonha."
Otoniel ainda tentou fazer uma enrolação. Mal entendido que nada, era 10 anos de safadeza com a outra.
Dorotéia desejou que o fogo do inferno queimasse Isaurinha. "Cachorra, santa do pau oco." Xingar era com Dorotéia.
"Um sonso, dissimulado, bandido, canalha" eram os adjetivos usados pela traída.
Não houve jeito de continuar o casamento. Ela continuava: "Ainda bem que não tive filho deste filho da égua."
Dorotéia continua a frequentar o salão de Fátima e todas as mulheres no mesmo coro:
"HOMEM NÃO PRESTA."
_ Otoniel, vá comprar pão na padaria de Dominguinhos.
O homem sempre serviçal já estava pronto e dizia:
_ Já estou indo, minha santa.
Cortesia era com ele mesmo, parecia político em tempo eleitoral: fidalgo, gentil.
No salão de Fátima, as mulheres não paravam o badalo, a língua não cansava, era uma atleta incansável, conversavam até Zefinha chegar da lenha. Simone fora casada com o cabo Santos, gostava de filosofar:
_ Homem é como comerciante desonesto, só dá o troco faltando dinheiro. Nesta hora a solidariedade era quase geral, salvo o pronunciamento de Dorotéia, causava até antipatia de tanto elogio a Otoniel.
No salão de Fátima, até Jesus Cristo não era poupado. Judite, que não acreditava em Deus, metia o pau no homem de Nazaré. As colegas a chamavam de excomungada, amaldiçoada. Ela nem aí... Judite acreditava que Cristo fora um homem comum. Se fosse um Deus não teria morrido na cruz.
Lá vinha Dorotéia:
_ Simone, tenho vinte e cinco anos de casada, nunca peguei meu marido em deslize
_ Sorte sua, mas lhe aviso,: não confie. Cavalo manso o coice é mais forte.
_ Que nada, mulher, só porque você é divorciada, fica botando mau gosto.
_ Mulher, abra os olhos, confie, desconfiando. Gato que a gente muita acaricia, ele um dia causa lesões.
_ Mulher, o coitado é tão caseiro, passa o dia inteiro no computador
_ Dorotéia, o nome já está dizendo: computador, computa a dor.
_ Você, eih, é baixo astral!
_ Até que eu não me acho, sou é desconfiada.
O crime perfeito não existe. tudo que está sob o resplandecer do sol mais cedo ou no arrebol será visto. Na quarta-feira de cinzas, o cabra comeu um peixe estragado, deu-lhe uma dor de barriga, o canal do homem ficou bem ferido de tanto usar. Foi um vaivém sem trégua para o banheiro.
Há o dia do descuido. Otoniel deixou a tela do computador à vista. E na máquina Dorotéia leu:
"Meu amor, estou com saudade."
A casa caiu. A mulher que se achava forte, mergulhou em choro. Veio a depressão.
"Filho da p... Traidor. Logo com quem com Isaurinha, minha melhor amiga, carola, comedora de hóstia. Hipócrita, bandida, descarada, sem-vergonha."
Otoniel ainda tentou fazer uma enrolação. Mal entendido que nada, era 10 anos de safadeza com a outra.
Dorotéia desejou que o fogo do inferno queimasse Isaurinha. "Cachorra, santa do pau oco." Xingar era com Dorotéia.
"Um sonso, dissimulado, bandido, canalha" eram os adjetivos usados pela traída.
Não houve jeito de continuar o casamento. Ela continuava: "Ainda bem que não tive filho deste filho da égua."
Dorotéia continua a frequentar o salão de Fátima e todas as mulheres no mesmo coro:
"HOMEM NÃO PRESTA."
Escritor Oswald Abreu