Visitante nº

quarta-feira, 11 de março de 2009

A CACHORRA SERENA




Todas às vezes que eu adentrava na casa-grande no povoado Taperinha, pertencente ao município de Lagarto do escritor e crítico literário Silvio Romero, sentia um arrepio danado. Avisado eu fui, que no quarto da frente, duas mulheres tinham assassinado um homem. Mesmo assim, comprei a casa-grande. Lá no tempo de criança, tinha medo de alma do outro mundo. Fui perdendo, quando visitei aos 6 anos o cemitério São João Batista na morte de meu Tio Tonho, o mais novo irmão de meu pai. Não sei que descuido houve de minha mãe. Que sempre dizia que menino não é para visitar cemitério. E no dia do funeral de meu tio, aproveitei uma brecha de muita gente e entrei na casa dos mortos.
Confesso que de noite não dormi. Fui crescendo numa cidade do interior do Nordeste, ó terrinha que morre gente, e fui me acostumando com os funerais. Morreu minha avó, meu irmão, meu pai e o local dos defuntos já não me causava medo.
Outrora, eu acreditava que com a morte acabava tudo. Hoje, tenho uma nova visão. Conheci uma jovem espiritual e ela me disse que meu anjo da guarda chama-se Anastácia e que ela via. De início, não acreditei. Mas um dia, vi a cachorra, pertencente a minha amiga Tina morrendo aos poucos. Apelei a minha amiga do mundo do além, pasmem, o animal se levantou e está aí para contar a história.
Voltemos à casa-grande, quando adentrei no recinto numa noite de janeiro, a cachorra Serena me acompanhava e lá no quarto do homicídio, ela começou a latir insistentemente. Olhei de um lado para outro não havia ninguém, mas eu não deixava de ficar arrepiado. Mais vezes estive com Serena no mesmo quarto, ela já não latia e nem eu ficava arrepiado.
Serena é da raça husky siberiana. Quem conseguir chegar perto do meu animal humano ganha um prêmio. Serena não trai.
Você já sentiu alguma decepção com um ser humano?
Cure-se. Crie um animal.
OSWALD ABREU