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segunda-feira, 23 de março de 2009

PUXA-SACO




Fiquei em dúvida se com a nova ortografia se o puxa perderá o hífen, ficando puxasaco, ainda bem que até 2013 podemos escrever das duas maneiras. Bom seria se puxa-saco não perdesse o tracinho, seria diferente, afinal ele merece um tratamento especial, desigual.
O puxa-saco é um elemento perigoso. Outro dia, li no Diário Oficial do estado de Sergipe a nomeação de um bajulador. Sua excelência o governador Marcelo Déda o nomeou. Antes o subserviente falava mal do governador Déda. O puxa-saco no tempo eleitoral defendia o lado verde da melância, ou seja, a cor verde do candidato a governador Dr. João Alves Filho. Da parte vermelha do fruto dizia os piores adjetivos. Marcelo Déda o puxa-saco não queria ouvir o nome. Dizia que possuía ojeriza, nenhuma simpatia. Lá na minha repartição cheguei a discutir com o puxa-saco, até hoje não se falamos, coisa de gente besta, discutir política defendo candidato. O bajulador via em Dr. Marcelo Déda a imaturidade; em Dr. João Alves a experência, o construtor. Disse eu que a vida é saudável , quando há renovação, bem assim é a política. O ilustre subserviente combatia.
O puxa-saco é capaz de torna-se corno, dando a mulher ao chefe, no funeral do ente querido do superior pode até botar pimenta nos olhos ou cebola. O puxa-saco é um leva e traz.
Nos anos 60, foi Delegado de Simão Dias o coronel João Machado, foi também vereador capabode. Ele um papa-jaca da próspera cidade de Lagarto. Conheci-o, quando o senador Valadares era vice-governador do Estado de 1983 a 86, dizia ele:
_ Doutor, as portas do Palácio do Governo estão abertas para os puxa-sacos. Os verdadeiros, os intelectuais, os idealistas estes encontram as portas fechadas.
O puxa-saco é capaz de latir, imitando o cachorro que desapareceu do Palácio do Veraneio, pertencente ao filho do governador Déda. O cão já é ilustre chama-se Pitoco. Meu Deus, foi uma agonia, triste dia para os policiais que guarnecem o Palácio, no descuido dos guardas, o cão chateado com os puxa-sacos deu uma fugidinha. Lá fora encontrou com os cachorros de rua, o povo simples que almeja melhores dias. O cachorro Pitoco para alegria do pequeno filho do governador foi encontrado. Naturalmente, o puxa-saco já saberia, de imediato, o nome da criança, que merece respeito pela sinceridade, pela boa luz.
O cachorro Pitoco e o menino voltaram a brincar. Animal, planta e criança trazem boa energia.
Estou na repartição, o puxa-saco está chegando de terno e gravata, Lá vem ele com um bom dia do comendiante COXINHA, cearense.
É preciso tolerar o sujeito falso, senão vossemecê não sai no dia a dia.
Repito BOM DIA.
O sujeito traz no semblante, ou melhor, na cara o sorriso crocodilo e faz lembrar a velha lição:
CUIDADO! A FERA AO ATACAR ELE ESTAMPA OS DENTES.


Escritor Oswald Abreu