Visitante nº

domingo, 13 de dezembro de 2009

SIMÃO DIAS EM VERSOS NA NET


O Estilo Colonial bem lembra o Pelourinho em Salvador. Um bom gosto do empresário Alberto
Carvalho, Betinho da Concorde Veículos.



Estudei no João que tinha Carvalho
Estudei no Grupo
Fausto Cardoso
Estudei lá no Bonfim
No Colégio Carvalho
Que acrescentava Neto
Tudo foi bom um dia
Lá na minha Simão Dias
Criança aceita mais
Depois vem o menino
Surge o rapaz
Brota o inconformismo
Na praça, o abrigo
Música de Raul Seixas
Protesto e uma nova vida alternativa
Sonho, utopia
Numa cidade do interior
Cine Brasil
Beijo no cinema
A vida no mesmo passo
Aos domingos, o pipoqueiro
Sem dinheiro, come torresmo
E se é feliz
Missa na matriz
Conversa que o padre diz:
" Cristo é o perdão."
Depois da saída
A gente humana olvida
Vem olho por olho
E assim se vai levando a vida
A vida corre no barco de saudade
A felicidade tão passageira
Uma nova aventura não é besteira
Vale a pena tentar
Ruim é o lamento
Viver o instante
Tudo chega ao derradeiro
Com o sem dinheiro
A gente vive
Ruim é o já foi
Deus me livre
Da boateira
Vê o circo pega fogo
E se faz de coitadinha
Foi lá na cozinha
Trouxe o tição
E haja fogo no quarteirão
Soldado vai e vem
Mais um filho na região
Tá vendo, Zefinha,
Não foi a confissão
O padre não lhe viu na Igreja
Fazer amor na mesa
É demais.
Ruim é tá sem
Sem amor
Sem dinheiro
Sem terra
Sem teto
O puxa-saco é esperto
Elogia demais
E ganha mais
A vida séria
Assassina a matéria
Sorrir e brincar
Viver criança
Senão se dança
Vai devagar
O santo é de gesso
Parar é morrer
Caminhar é o começo
De uma nova vida
Tentar, tentar, tentar
A pedra pode furar
Uma fonte pode brotar
E tudo termina
Numa fantasia de carnaval
Bote sua fantasia
Curta o momento
E coisa melhor
É uma boa
Dançar forró
Com uma nega sem r
A gente derrete
Se discriminação
Ó branquela
Aquarela do Brasil
Sucesso de todos tempos
No Nordeste, foi o tempo
Que o jegue era relógio
A vida é celular
A vida é internet
Minha vovó
Arranjou um paquera
Lá das bandas de Taquera
Casamento vai marcar
Saudade vai lembrar
Do meu tempo não era assim
E a vida tá boa assim
Cuma ou coma é a mesma coisa
A linguagem vem do povo
Falar difícil é complicado
Abaixo os formais
Sem anacoluto
Sem preciosismo
Pare, pare com isso
Vamos voltar ao interior
Missa aos domingos
Morreu o pipoqueiro
Coitado do namoro na praça
Agora é motel
A menina ama o céu
Quem não gosta do prazer?
Mariana ficou pra titia
Agora causa arrelia na Igreja
Se apaixonou pelo padre Nicanor
O homem é de Deus
Mas é humano
Há tentação
Oração, oração, oração
A vida mudou, ó Zé
Onde anda Bisqui,
A dama da noite do cabaré?
Eta baixinha danada
Chamava os meninos do internato
De meus amores
Flores e espinhos
Vida da gente
Estou de malas prontas
Vou ao interior
Vida de calmaria
No meu recanto
Cidade de Simão Dias.