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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CRIANÇA NÃO MENTE




Estamos lendo um livro de contos: FEIJÃO DE CEGOS. Há no livro um conto DIA DIFERENTE. Achamos interessante a história contada pelo autor, o desembargador Vladimir Souza Carvalho, uma itabaianense de Sergipe, ceboleiro de Itabaiana, o povo daquele lugar é conhecido como ceboleiro. Pessoamente não conhecemos o autor.

O homem de beca, não segue o preciosismo da profissão, linguagem que só os juristas entendem. Vladimir Carvalho escreve: usando o linguajar do povo no dia a dia de uma casa simples, da rua, da esquina , da feira, duma cidade do interior. E aí, o conto fica interessante, lê o que a gente não compreende, complica. Coisa que não acontece com o autor.


Criança é sincera, fala a verdade. Ruim é quando o adulto a corrompe, a ensina a mentir. Dizer que velho não mente, a expressão não é tão aceitável. Para a criança até que pega bem. Enunciar, em geral, que o velho possui malícia, a afirmação não pode se jogada na lata do lixo.

O texto de Vladimir Carvalho retrata a historia de uma criança de 6 anos, de nome Isidéria que assiste a morte de Ageunita, sua mãe, que fora assassinada por seu pai. Um drama!

E a criança na sua pureza d'alma disse o que aconteceu:

"Papai não veio dormir em casa ontem à noite. Mamãe ficou danada de raiva, reclamando e falando alto, amanhã, ele me paga, gritava. Só veio chegar hoje, depois do almoço, a boca fedendo a cachaça, o que, no pai, aliás, era comum. Mamãe foi logo dizendo que ele não prestava, pinguço sem conserto, só vivia bebendo, só pararia de beber quando morresse de cachaça, rogando praga para ele morrer logo. Papai partiu em cima dela, mandando calar a boca, fia do cabrunco, chamando mamãe de preta safada, você merece é uns murros na cara, bandida da língua comprida. Mamãe botou a mão nos quartos, olhou para ele. Se você é homem, se atreva, covarde, que lhe dou um pontapé nos seus ovos. Aí papai foi pra cima dela, com uma faca na mão. E vi tudo, (...) Tome, fia do satanás, no peito, a faca inteira, até o cabo, (...) Mamãe caiu no chão, ele puxou a faca, e correu. Eu fiquei chorando, se acorda, mamãe, se acorda, mas ela não respondia nada, a boca não se mexeu, toda parada."




Para refletir, vale a pena dizer a uma criança que papai Noel não existe?