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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MORTE DO CABARÉ

TINTORETTO - Pintor Italiano


Houve um tempo que o cabaré fazia sucesso. Época da repressão sexual. Transou tinha que casar. Havia namorados na praça. No Nordeste brasileiro virgindade era honra. O pai dizia:
- Ou casa com minha filha ou morre.
Os juízes dava ao sujeito duas opções:

"Ou casa com a menor ou vai para a cadeia."
O casamento acontecia. A moça saía por uma porta e o sujeito por outra.
O nosso Código Civil era retrógado. Havia artigo de Lei que determinava: "Se o homem descobrisse que casou e a mulher não era virgem , poderia pedir a anulação do casamento."
O cabaré vivia em festa. Os meninos de 13 a 15 anos eram levados pelos pais para perder a donzelice. Muitas vezes pegavam a blenorragia, gonorréia, o pus saía pelo canal do pênis. O sexo era feito sem camisinha.
É raro a velha guarda, não da portela, não ter se contaminado com a bactéria da gonorréia. AIDS, naquele tempo, não existia.
Simão Dias-SE , terra dos governadores, fora também a terra dos cabarés. O BICO-DA-ASA, o mais famoso, outros o Dama-da-noite, Maré mansa, o da rua da Aurora.
Em Salvador-BA : Ladeira da Montanha, Ladeira da Conceição eram ruas de casa de mulheres do prazer. Em Sergipe, o cabaré da Bambu e o de Ciganinha.
A sociologia pode dizer que o cabaré foi um necessidade. Hoje, a virgindade deixou de ser tabu. Raro a menina de 13 a 18 anos que não tenha feito amor, sexo.
Os tempos são outros.
A garota de programa faz universidade. Usa um bom perfume francês. Possui carro.
As meninas do cabaré de outrora eram quase todas analfabetas.