Todos nós temos um vício. O vício da gula, de beber, de fumar. Raro é alguém não possuir um vício, até os arrumadinhos, gravatinhas não fogem da regra. O ser humano perfeito nasceu defunto.
A um amigo fumante, escrevemos estes versos:
Amigo fumante
O cigarro é teu companheiro
Vê lá tanta fumaça
Repleto está o cinzeiro
Cinzas e mais cinzas
O não fumante dirá:
"Cigarro é coisa sem graça."
Nós todos temos um vício
Fumar dá câncer
Fumar mata
Fumar cansa
As palavras são fartas
De conselho a vida está repleta
O poeta Noel Rosa
Apaixonou-se por Ceci
Dama do cabaré
O feio Noel
De cerveja e mulher
Será que no céu
Há algum vício?
Imagine: todos certinhos,
Bem arrumadinhos
Todos de branco
Pisando sem tamanco
É boa a vida de santo?
Lá no paraíso
Não é lugar pra gente humana
Há lotação no inferno
O eterno nada faz à toa
A fumaça voa
Ela é a vida
Quem nesta vida
Não possui um vício
Ó minha querida
Deixa disso
Meu companheiro fumante
Fume até morrer
Viver é vício
A morte é certinha
Deitadinho no caixão
Pés juntinhos
Um choro aqui
Outro choro acolá
Há gente que não chora não
Se tu fumas
Não fumo
Tenho meu vício
Dele consumo
Amar aquela mulher
Que não me ama não
A vida é contraste
Cedo parte
Quem não deveria
Difícil é a resposta do criador
Amigo, mantenha o teu vício
Se queres deixar, parabéns!
A gente sempre tem
Um defeito
O mais-que-perfeito
Não nasceu
Não conheceu a luz
Adormeceu para sempre no breu.