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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ESTRIAS E CELULITE DA MULHER

Pintura de William Adolphe Bouguereau - francês. Nasceu em 1825 e morreu em 1905.

Gabriel, quando jovem, fora atleta. Estava coroa, passava dos quarenta anos. Aquela barriguinha de cerveja, de descuido estava bem acentuada. Dolores, sua mulher, sempre vaidosa. Sempre presente no salão Beleza Pura. As más línguas diziam que o salão deveria se chamar FOFOCA SEM FRESCURA.

Dolores era uma mulher bonita. Mãe de dois filhos: João Gabriel e Vitória. Apesar de ter amamentado os dois meninos, os seios de Dolores não caíram. E dizia orgulhosamente no salão:

_ Filho não derruba peito.

Sílvia, de peitos caídos, não dizia nada. Fica irritada e com inveja.

Nas brigas de Gabriel e Dolores, ela o chamava de barriga de sapo.

Ele até ria. Sílvia se irritava. Era o que ele queria.

Gabriel, apesar do riso, não gostava do xingamento da mulher. A verdade machuca, não deve ser dita. Barrigudo estava, mas ninguém gosta de ouvir o seu defeito. Os feitos fazem bem, mas as irregularidades causam transtorno.

O diabinho fica querendo ver a casa pegar fogo. Antes de ir trabalhar, ficou vendo um programa de televisão de Ana Braga que falava de Estrias e Celulite da Mulher.

Pensou: "Ela vai me pagar a dívida da ladainha de barriga de sapo, barriga de aluguel, barriga de gravidez."

Mais uma briga do casal. E lá vinha Dolores:

- Seu barriga de sapo, barriga de merda

- Mulher, não acha que você já está esculhambando demais?

- Que demais! Barriga de sapo, barriga de merda.

- Dolores, eu nunca lhe disse que você é cheia de estrias e celulite.

A mulher caiu em pranto, se trancou no quarto e chorou muito.

Depois daquele dia, Gabriel nunca mais ouviu: "Barriga de Sapo."

E no dia a dia de Dolores, sempre vinha a maldita lembrança:

"Dolores, eu nunca lhe disse que você é cheia de estrias e celulite."