Estou em Buenos Aires em pleno exílio, querendo volta para o Brasil,lamentavelmente, não consigo. Com a alma na terra natal - Sergipe - e o corpo na Argentina. A moça da CVC ficou de ligar para mim, o alô não veio, talvez, se perdeu no caminho, deu um problema na Embratel, quem sabe estar muito cansada? Tudo é possível. Do meu quarto escutei gritos, torcedores argentinos festejando mais uma vitória de seu time local. Uma criança chorava e gritava muito. O quarto é conjugado. A moça da CVC não me avisou. É até compreensível, é preciso vender, há cota, imagino. À noite anterior, tive que ficar ouvindo os gritos de uma mulher em seu prazer. Pensei que era um assassinato. Depois veio:
"AI, AI, AMOR!" O casal parecia de cágado, fazendo amor era aquele barulho. Amor animal ou amor revelação? Confesso que fiquei em dúvida em classificá-lo. A voz era de mulher brasileira com sotaque de baiana. É um drama: você na solidão e noutro lado, os beijos e abraços, dá uma inveja danada. Matutei: deve ser um casal brasileiro em plena lua-de-mel, aproveitando a valorização do real, cada real vale dois pesos. Ninguém deve atrabalhar ninguém na hora do amor. Apesar da perturbação em meu sono, não disquei para portaria. Liguei a televisão naquela altura, varri a madrugada assistindo tevê. Na noite dos torcedores argentinos sob berros, toquei nas teclas para portaria, o problema foi resolvido.Nada contra los hermanos, tolerar os gritos de torcedores que não são do nosso time, é um café amargo. Naquela noite de choro e grito de uma criança, foi tolerável e perdoável, só sabe o que é isso quem é pai.
De repente, o telefone tocou, deve ser a moça da CVC:
"POR FAVOR, SENHOR, É UM ENGANO." Deu vontade de mandar...
Será que a moça da CVC está doente depois do PRÉ-CAJU? Que pena que eu não pude estar presente este ano.
Se você encontrar com a moça da CVC em Aracaju, diga que estou com saudade da minha terra: de Aracaju-SE, da praia de Atalaia, da Barra dos Coqueiros, de minha Simão Dias, de meus familiares, de meu filho Marcos Vítor. Talvez, ela seja mãe! Caso não seja é mulher, o sentimento é maior.
Diga a ela, que por favor, não chore, tudo passa...
"AI, AI, AMOR!" O casal parecia de cágado, fazendo amor era aquele barulho. Amor animal ou amor revelação? Confesso que fiquei em dúvida em classificá-lo. A voz era de mulher brasileira com sotaque de baiana. É um drama: você na solidão e noutro lado, os beijos e abraços, dá uma inveja danada. Matutei: deve ser um casal brasileiro em plena lua-de-mel, aproveitando a valorização do real, cada real vale dois pesos. Ninguém deve atrabalhar ninguém na hora do amor. Apesar da perturbação em meu sono, não disquei para portaria. Liguei a televisão naquela altura, varri a madrugada assistindo tevê. Na noite dos torcedores argentinos sob berros, toquei nas teclas para portaria, o problema foi resolvido.Nada contra los hermanos, tolerar os gritos de torcedores que não são do nosso time, é um café amargo. Naquela noite de choro e grito de uma criança, foi tolerável e perdoável, só sabe o que é isso quem é pai.
De repente, o telefone tocou, deve ser a moça da CVC:
"POR FAVOR, SENHOR, É UM ENGANO." Deu vontade de mandar...
Será que a moça da CVC está doente depois do PRÉ-CAJU? Que pena que eu não pude estar presente este ano.
Se você encontrar com a moça da CVC em Aracaju, diga que estou com saudade da minha terra: de Aracaju-SE, da praia de Atalaia, da Barra dos Coqueiros, de minha Simão Dias, de meus familiares, de meu filho Marcos Vítor. Talvez, ela seja mãe! Caso não seja é mulher, o sentimento é maior.
Diga a ela, que por favor, não chore, tudo passa...