Ninguém pode fugir das lembranças do tempo de criança.
MUDARAM O NOME DA RUA DA AURORA.
RUA DE OUTRORA
DE GENTE HUMILDE,
DE MULHERES CASADAS,
DESILUDIDAS E PERDIDAS.
Ó VIDA, COISAS DA VIDA!
SAIA DE CENA,
NINGUÉM PODE ATIRAR PEDRAS NAS MADALENAS.
O PERFEITO NÃO NASCEU!
AURORA NOME DE MULHER
OU DA CHEGADA DO AMANHECER.
AURORA, QUEM SOUBER A ORIGEM
POR FAVOR! VENHA ME DIZER?
RUA DE CONVERSAS NAS CALÇADAS,
DE FOFOCAS TAMBÉM.
A VIDA CORRIA DEVAGAR...
COMO TODA CIDADE DO INTERIOR.
SEU ERA A MESMA COISA DE SENHOR.
O TLIM-TLIM-TLIM DO SINO DA IGREJA
SE OUVIA MAIS INTENSAMENTE!
RUA DE FUNDO DE QUINTAL.
O LEITEIRO GRITAVA ALEGREMENTE
- ÓI O LEITE! QUEM VAI QUERER ?
COMPRAVA DONA MARIA,
SEU ZÉ DA BARBEARIA.
VIAJOU DONA MARIA,
FOI EMBORA SEU ZÉ ,
VIAGEM DO NUNCA MAIS.
O CARROCEIRO VINHA DEVAGAR...
PRA QUE TANTA PRESSA?
QUEM TEM MENOS,
QUEM TEM MAIS,
QUEM NADA TEM
TODOS SERÃO NINGUÉM.
AI, AI, MEU BEM,
OS AMORES DA ALCOVA
SERÃO ENTERRADOS NUMA COVA.
O BEIJO SERÁ SAUDADE,
O ABRAÇO, LEMBRANÇA.
A RUA DA AURORA ,
RUA MAIOR DA MINHA INFÂNCIA!
RUA DA AURORA,
AURORA NÃO DEIXA DE SER.
OS HOMENS MUDAM,
TROCAM DE LUGARES,
ASSASSINAM A ESPERANÇA.
AURORA PERMANECE!
NA PLACA, MUDANÇA.
MAS NO CORAÇÃO DE MINHA GENTE
AURORA NÃO DEIXA DE SER.
E A VIDA CONTINUA DEVAGAR,
VIDA DO INTERIOR.
QUEM CORRE, CANSA!
QUEM CANSOU, CORREU.
RUA DA AURORA,
AURORA SEMPRE E SEMPRE
É O DESTINO SEU.
Poema de Oswald Abreu
MUDARAM O NOME DA RUA DA AURORA.
RUA DE OUTRORA
DE GENTE HUMILDE,
DE MULHERES CASADAS,
DESILUDIDAS E PERDIDAS.
Ó VIDA, COISAS DA VIDA!
SAIA DE CENA,
NINGUÉM PODE ATIRAR PEDRAS NAS MADALENAS.
O PERFEITO NÃO NASCEU!
AURORA NOME DE MULHER
OU DA CHEGADA DO AMANHECER.
AURORA, QUEM SOUBER A ORIGEM
POR FAVOR! VENHA ME DIZER?
RUA DE CONVERSAS NAS CALÇADAS,
DE FOFOCAS TAMBÉM.
A VIDA CORRIA DEVAGAR...
COMO TODA CIDADE DO INTERIOR.
SEU ERA A MESMA COISA DE SENHOR.
O TLIM-TLIM-TLIM DO SINO DA IGREJA
SE OUVIA MAIS INTENSAMENTE!
RUA DE FUNDO DE QUINTAL.
O LEITEIRO GRITAVA ALEGREMENTE
- ÓI O LEITE! QUEM VAI QUERER ?
COMPRAVA DONA MARIA,
SEU ZÉ DA BARBEARIA.
VIAJOU DONA MARIA,
FOI EMBORA SEU ZÉ ,
VIAGEM DO NUNCA MAIS.
O CARROCEIRO VINHA DEVAGAR...
PRA QUE TANTA PRESSA?
QUEM TEM MENOS,
QUEM TEM MAIS,
QUEM NADA TEM
TODOS SERÃO NINGUÉM.
AI, AI, MEU BEM,
OS AMORES DA ALCOVA
SERÃO ENTERRADOS NUMA COVA.
O BEIJO SERÁ SAUDADE,
O ABRAÇO, LEMBRANÇA.
A RUA DA AURORA ,
RUA MAIOR DA MINHA INFÂNCIA!
RUA DA AURORA,
AURORA NÃO DEIXA DE SER.
OS HOMENS MUDAM,
TROCAM DE LUGARES,
ASSASSINAM A ESPERANÇA.
AURORA PERMANECE!
NA PLACA, MUDANÇA.
MAS NO CORAÇÃO DE MINHA GENTE
AURORA NÃO DEIXA DE SER.
E A VIDA CONTINUA DEVAGAR,
VIDA DO INTERIOR.
QUEM CORRE, CANSA!
QUEM CANSOU, CORREU.
RUA DA AURORA,
AURORA SEMPRE E SEMPRE
É O DESTINO SEU.
Poema de Oswald Abreu