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terça-feira, 8 de maio de 2012

A GENTE QUE FAZ A HISTORIA

Simão Dias foi uma cidade escravocrata. Vários foram os engenhos Mercador, Tavares, Burril, Olhos D'Água, Baixão. O negro sofreu, o negro apanhou. O homem nasceu para a liberdade. As cotas nas universidades são de bom grado.
O rei do Cangaço - Lampião - esteve em Simão Dias, visitando à casa do coronel João Pinto, que fora intendente municipal - prefeito - de 1935 a 4l. Diga de passagem que quando o Capitão Virgulino Ferreira da Silva chegava à cidade do Pinhão, o coito era a fazenda Santa Rita do coronel João Pinto. A fazenda fica nos arredores da cidade.

Simão Dias possui vários artistas plásticos, entre os imortais:  Raimundo Siqueira e Raimundinho de Baiano.

A lepra, 1946, matou muitos simãodienses, e, por mais de 30 anos, uma poetisa ficou no leprosário em Aracaju. A poetisa era dona Bebé, que foi namorada do ex-prefeito de Simão Dias Cândido Dortas, seu Candinho, este chegou  a ser Deputado Estadual.

O teatro em Simão Dias atingiu o auge por intermédio de Carmem Dantas. Existiu na cidade uma cinema , cujo nome era CINE TEATRO YPIRANGA. Várias peças teatrais foram apresentadas no Ypiranga.  Havia outro cinema de seu Antônio Borges, o cine Brasil. O proprietário  gostava de chamar os meninos, quando gritavam no cinema, de "FIOS DO CABRUNCO."

Existem figuras inesquecíveis, figuras populares : ZÉ MANGAIA, PEDRO CHAVES, ambos animavam o carnaval e o São João. E Pneu, lá da rua do Alambique, que saía no carnaval vestido de mulher com as pobres putas do cabaré BICO DA ASA, e cantava:

"Mamãe, mamãe, ói a moféia, eu vi o véio agarrado com a véia."

E os poetas Ézio Déda, professor Udilson Soares que lançaram bons livros de poesia.

Os times de Futebol Anápolis, Cruzeiro , Bomfim e os Alcatras da rua de São João.

As Igrejas de Simão Dias: Católica e as Evangélicas. Sem olvidar os centros espiritas e candomblé. Liberdade de culto é previsto na Constituição.

E a tragédia do rio Caiçá, onde o rio, na enxurrada, levou casas, morreu dona Belita, tia do senador Valadares. Muitas e muitas famílias ficaram desabrigadas.

As fábricas de Simão Dias, Dakota e de cimento , depois do Estado e do Munícípio, são elas que ofertam mais empregos.

Cadê a história de nossos músicos Netinho, Toinho de Lima que reside na Alemanha?

Cadê a história do menino que mora numa choupana lá no Sítio do Alto e passou no vestibular em medicina?



É preciso que o Memorial de Simão Dias, lá na praça do Cemitério São João Batista, não só conte as vidas dos governadores coronel Pedro Freire de Carvalho, Celso de Carvalho, Valadares, Déda, mas também a gente  simples que faz parte da história e é MEMORIAL.

Quase que eu ia esquecendo dos cabarés do Bico da Asa, Maré Mansa, Ilha das Cobras. E a nossa mais notável puta, a pequena e inesquecível BISQUI. Uma paixão de um ex-deputado Federal.

O prefeito Dênisson Déda e a diretora do Memorial de Simão Dias - Edjane, são pessoas bem intencionadas, acreditamos que analisarão com carinho esta nossa sugestão. O memorial já vem de outras administrações.