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sexta-feira, 25 de maio de 2012

CABARÉ DO MUNDO

Apesar de ficar no centro da cidade, as moças eram proíbidas por seus pais de passar na rua do Mulungu - rua Antônio Manoel de Carvalho. O cabaré Bico-da-Asa foi uma necessidade da época, havia o tabu sexual, pobre moça que se entregasse a seu namorado, vinha logo o grito:

" É uma perdida."

Os pais davam logo a recomendação:

" Não ande com fulana, porque ele deu e é igual as putas do Bico-da-Asa.

O promotor público era Dr. Fernando Matos e o juiz Dr. Lauro Pacheco, ambos depois se tornaram secretários de Segurança Pública do Estado de Sergipe.

O promotor denunciava e o juiz acolhia.
O lema era: " Ou casa ou vai pra cadeia." Teve cabra que na madrugada fugiu, mas não deu gosto, não casou. Lá em terras distantes sofreu de saudade dos tempos da cidade de Simão Dias-SE.

Um teve a coragem de atirar no juiz, por sorte, os tiros não o atingiram.

A vida na cidade interior mudou. Outro dia, João disse para sua filha:

- Mariana, você leva na bolsa a camisinha.
Mariana tem apenas 14 anos.
O  cabaré do Bico-da-Asa já não existe mais. As pobres putas, daquela época, são avós e bisavós.

Uma delas comentou:

" O mundo inteiro é um cabaré, hoje a gente morreria de fome."