No tempo da repressão sexual, a cidade de Simão Dias possuía vários cabarés. Em destaque, o BICO-DA-ASA E A MARÉ MANSA.
Pobre da mocinha que se entregasse a seu namorado, era logo considerada puta. Perdia as amigas e sofria a discriminação das mães e das tias:
"NÃO ANDE COM FULANA, POIS É UMA PUTA, IGUAL AS DO CABARÉ."
Tinha que se manter virgem. Até o Código Civil previa:
SE O HOMEM DESCOBRISSE QUE SUA MULHER CASOU SEM SER VIRGEM, ERA MOTIVO DE ANULAÇÃO DO CASAMENTO. Ainda bem, que o absurdo foi retirado das nossas Leis.
No
E os filhos das putas, pobres coitados, estudei com muitos no GRUPO ESCOLAR JOÃO CARVALHO E TAMBÉM NO GRUPO ESCOLAR FAUSTO CARDOSO. Todo menino briga e não hora da discussão:
"VOCÊ É UM FILHO DA PUTA."
Vivemos nossos tempos, as meninas virgens têm vergonha de anunciar a Virgindade. Na escola, gritar para uma menina de 14 anos que ela é uma boca virgem, é uma afronta.
Os filhos das putas já são pais e avôs.
As pobres putas já são avós e bisavós.
O cabaré já não é uma necessidade. A liberdade sexual assassinou a repressão.