Aos 10 anos, eu já me era um torcedor de carteirinha do FLUMINENSE do Rio de Janeiro. Tinha meu próprio dinheiro, vendia geladinho na feira de Simão Dias-SE. Higiene nem me fale, coisa de menino, vai de qualquer jeito, sem maldade. Do produto de meu pequeno trabalho, comprava revistas, as preferidas eram Placar e TEX. Tinha crédito na bodega de dona Júlia Galo e, em frente ao grupo Escolar Fausto Cardoso, merendava em dona Fina de seu Egídio do Feijão. O bolo de milho era o que eu mais gostava, com k-suco de morango.
Tornei torcedor sem nenhuma influência de pai, avó, irmão, tio, amigo. Meu pai não era torcedor de nenhum time, salvo a seleção brasileira.
Aos dois de idade, deu a meu filho Marcos Vítor, hoje aos 10, uma camisa do FLU, mas nunca disse:
- VOCÊ DEVE TORCER PELO FLU.
Meu filho, igual a mim, naquele tempo, escala o time, reclama, lamenta, protesta.
A gente torcia por intermédio dos locutores Valdir Amaral, Jorge Cúri da Rádio Globo. Televisão na cidade do interior era uma raridade. Quando pegava alguma coisa era o chove-chove. À tarde, a resenha esportiva da rádio Globo no bar do finado Zé de Chiquinho.
Bons tempos agora, televisão, internet.
Melhor ainda, FLUMINENSE venceu no dia de ontem o Internacional de Porto Alegre - 2x1. Já está nas quartas da TAÇA LIBERTADORES.
Coisa do destino, vi o primeiro jogo do FLUMINENSE em Aracaju, o Flu perdeu para o Confiança, 0 FLU X I CONFIANÇA. E meu filho assistiu o Bahia vencer o FLU por 3 x 0.
Uma coisa que a gente traz na alma e no peito, somos tricolores de coração.
Um dia achei absurdo, quando o falecido Fernando de Messias de Cassimiro dizia:
- Entre o FLAMENGO E A MULHER, preferia o FLA.
Hoje, já compreendo.