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sexta-feira, 21 de maio de 2010

A VINGANÇA DO BOI


Todos às vezes que o boi via o fazendeiro, o coração do animal acelerava. Desde de bezerro que o animal sofria os maus-tratos. Agora, o boi já era adulto, mais de 25 arrobas. Tinha o pêlo negro. Na fazenda, quando o bicho avistava o seu dono, era um corre-corre, queria pegá-lo.

O vaqueiro Valdemar dizia:

- Patrão, vosmecê deve vender este animal, qualquer dia, o bicho lhe dá uma pontada

Argemiro respondia:

- Que nada, Valdemar, deixe este cão raivoso aí, gosto de ver ele brabo, me dá prazer.

Valdemar insisitia:

- Patrão, bicho é como a gente gosta de carinho e de ser tratado bem. Assim como a gente na alma do animal fica a tristeza, o sentimento. A gente tem que respeitar os animais.

- Valdemar, você é besta, onde já se viu animal com sentimento.

- Patrão, tem. O senhor pensa que todo animal é como o cachorro que a gente bate e depois vem de rabo balançando, se aproxima, perdoando.

- Você tem cada conversa doida.

- O tempo dirá, patrão.

Era domingo, Valdemar ainda ordenava uma vaquinha. O boi de pêlo negro se encontrava no curral. O bicho, como sempre, manso com o vaqueiro e bravo com o patrão.

O animal, quando percebeu a presença de Argemiro, começou a cavar o chão.

Argemiro pegou um ferrão, para se proteger do animal. Quando foi abrir a cancela, Valdemar gritou:

- Patrão, pelo amor de Deus! Não entre. Este boi pode lhe matar!

- Ser morto por um boi, onde já se viu?

De repente, Argemiro entrou no curral. O boi partiu em cima de seu dono, não respeitou o ferrão. O animal jogou o patrão no ar. O sangue jorrou pela barriga.

O fazendeiro gritou suas últimas palavras:

Ai, ai, ai, meu Deus! Bem que eu fui avisado!