A liberdade sempre é restrita. Ampla liberdade é utopia. Sempre estamos presos ao passado, a um filho, à família, aos códigos.
Com medo do ladrão, o homem está trancado em condomínio.
As normas, as Leis estabelecem regras.
A liberdade possui freios. Rédeas.
Escrevemos o poema PÁSSARO PRISIONEIRO:
Um pássaro entristecido
Lamentava o tempo vivido
Na masmorra, triste gaiola.
De um pardal ouviu o conselho:
"Doravante você enrola,
Emudece e não canta,
Faz-de-conta que adoeceu da garganta."
Ele assim respondeu:
Caro amigo meu,
Não cantar 'tou fora!
Cantar a coisa ruim espanta!
O canto é dom de Deus.
Não se pode ferir a natureza.
A liberdade pra mim não adianta,
O perigo corre lá fora,
O sol perdeu lume,
Mata-se até por ciúme.
Todos nós somos prisioneiros,
Liberdade geral e irrestrita:
Sonho que se grita!
Vê lá cada dia um gesto feio
A ganância por dinheiro
Assassinam a mata, a flora,
A natureza se rebela nas enchentes,
Há gritos, choros e morre gente!
A natureza todos os dias chora."