Visitante nº

sexta-feira, 7 de maio de 2010

PÁSSARO PRISIONEIRO


A liberdade sempre é restrita. Ampla liberdade é utopia. Sempre estamos presos ao passado, a um filho, à família, aos códigos.
Com medo do ladrão, o homem está trancado em condomínio.

As normas, as Leis estabelecem regras.

A liberdade possui freios. Rédeas.


Escrevemos o poema PÁSSARO PRISIONEIRO:


Um pássaro entristecido

Lamentava o tempo vivido

Na masmorra, triste gaiola.

De um pardal ouviu o conselho:

"Doravante você enrola,

Emudece e não canta,

Faz-de-conta que adoeceu da garganta."

Ele assim respondeu:

Caro amigo meu,

Não cantar 'tou fora!

Cantar a coisa ruim espanta!

O canto é dom de Deus.

Não se pode ferir a natureza.

A liberdade pra mim não adianta,

O perigo corre lá fora,

O sol perdeu lume,

Mata-se até por ciúme.

Todos nós somos prisioneiros,

Liberdade geral e irrestrita:

Sonho que se grita!

Vê lá cada dia um gesto feio

A ganância por dinheiro

Assassinam a mata, a flora,

A natureza se rebela nas enchentes,

Há gritos, choros e morre gente!

A natureza todos os dias chora."