Hoje, 19 de maio, é o dia do Defensor Público. O nosso patrono é Santo Ivo. Ele nasceu na França - Kermartin em 17 de outubro de 1253 e faleceu no dia 19 de maio de 1303. Doutor em Teologia, Direito, Letras e Filosofia. Advogado dos pobres, órfãos e viúvas. Dizia ele:
"JURA-ME QUE VOSSA CAUSA É JUSTA E EU DEFENDEREI VOSSA CAUSA GRATUITAMENTE."
VEJA A HISTORIA DE DONA ZEFA DE SINHÁ E SEU FILHO:
Dona Zefa de Sinhá veio lá do sertão de Sergipe, município de Nossa Senhora da Glória, outrora tinha o nome de Boca da Mata, local visitado por Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião.
Trouxe também a Aracaju o pequeno Ananias, uma criança de cinco anos. O dinheiro que possuía mal dava para retornar a Glória.
Dinheiro para lanche, ai meu Deus! Pobre tem o dinheiro contadinho. Ainda bem! Que sua irmã Severina está bem melhor de uma tosse arranca pulmão. Zefa de Sinhá carregava umas folhas de arruda e dois dentes de alho, não perdeu tempo , logo que chegou na periferia de Aracaju, no bairro Lamarão, foi logo entrando no quarto da irmã, e tome reza e tome oração, fez pedido para Padim Ciço do Juazeiro, Nossa Senhora da Glória e também para o menino Jesus.
"JURA-ME QUE VOSSA CAUSA É JUSTA E EU DEFENDEREI VOSSA CAUSA GRATUITAMENTE."
VEJA A HISTORIA DE DONA ZEFA DE SINHÁ E SEU FILHO:
Dona Zefa de Sinhá veio lá do sertão de Sergipe, município de Nossa Senhora da Glória, outrora tinha o nome de Boca da Mata, local visitado por Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião.
Trouxe também a Aracaju o pequeno Ananias, uma criança de cinco anos. O dinheiro que possuía mal dava para retornar a Glória.
Dinheiro para lanche, ai meu Deus! Pobre tem o dinheiro contadinho. Ainda bem! Que sua irmã Severina está bem melhor de uma tosse arranca pulmão. Zefa de Sinhá carregava umas folhas de arruda e dois dentes de alho, não perdeu tempo , logo que chegou na periferia de Aracaju, no bairro Lamarão, foi logo entrando no quarto da irmã, e tome reza e tome oração, fez pedido para Padim Ciço do Juazeiro, Nossa Senhora da Glória e também para o menino Jesus.
Pensava ela: "Pedir só a muitos, porque se um não tiver tempo, outro pode ter." Cinco dias depois , Severina estava saltitando só cabrita, anunciando chuva. Agradeceu a todos sem discriminação e sem privilégio.
Zefa, na região do sertão, era a rezadeira mais procurada. Deu bicho na ferida duma vaca, estava lá Zefa rezando. Cobrar não cobrava, mas se o sujeito desse qualquer coisa, qualquer coisa serve - assim dizia.
Zefa, na região do sertão, era a rezadeira mais procurada. Deu bicho na ferida duma vaca, estava lá Zefa rezando. Cobrar não cobrava, mas se o sujeito desse qualquer coisa, qualquer coisa serve - assim dizia.
Zefa de Sinhá, eta sertaneja sincera no mundo de hoje. Dizia o que pensava. Xingava no momento de ira , um fio do cabrunco, fio da peste, fio da gota serena. Mas Zefa não era rancorosa, não guardava no peito, ainda levantado, mágoas.
Dizia: "Eu tenho que dizer o que sinto para lavar a alma."
Quando ia embora pra Glória, o pequeno Ananias:
- Mãe , quero mijar.
Zefa encaminhou Ananias ao sanitário da rodovia Luiz Garcia no centro de Aracaju.
O homem disse que Zefa tinha que pagar para o menino urinar.
Zefa respondeu:
- É a fia do cabrunco que paga, não eu.
Menino é como cachorro pode mijar em qualquer canto.
Zefa ainda:
- Meu fio, arreie o calção e mije aí.
O menino, na sua obediência, cumpriu o determinado por sua mãe.
Foi um alvoroço dentro da rodovia.
Veio até um cabo de polícia chamado Jesus.
E Zefa gritava alto:
- Meu dinheiro mal dá pra eu chegar em casa, vou pagar para uma criança mijar.
O sargento Diógenes resolveu o problema.
Mandou Zefa ir embora.
- Mãe , quero mijar.
Zefa encaminhou Ananias ao sanitário da rodovia Luiz Garcia no centro de Aracaju.
O homem disse que Zefa tinha que pagar para o menino urinar.
Zefa respondeu:
- É a fia do cabrunco que paga, não eu.
Menino é como cachorro pode mijar em qualquer canto.
Zefa ainda:
- Meu fio, arreie o calção e mije aí.
O menino, na sua obediência, cumpriu o determinado por sua mãe.
Foi um alvoroço dentro da rodovia.
Veio até um cabo de polícia chamado Jesus.
E Zefa gritava alto:
- Meu dinheiro mal dá pra eu chegar em casa, vou pagar para uma criança mijar.
O sargento Diógenes resolveu o problema.
Mandou Zefa ir embora.
E, no ônibus, a sertaneja ia resmungando:
- Lugar de fio do cabrunco, tem que pagar para mijar.
- Lugar de fio do cabrunco, tem que pagar para mijar.
Hoje dona Zefa pode voltar tranquila a Aracaju, porque na rodovia, na velha e na nova, o pobre mija e caga gratuitamente.
A DEFENSORIA PÚBLICA DE SERGIPE entrou com uma Ação Civil Pública , o pedido foi procedente.
A DEFENSORIA PÚBLICA DE SERGIPE entrou com uma Ação Civil Pública , o pedido foi procedente.
E sabe quem foi o Defensor Público que requereu? Jesus. Há tantos Jesus por aí: cabo Jesus, pastor Jesus, padre Jesus, lavrador Jesus e o menino Jesus.
"SÓ JESUS SALVA."
"ALELUIA, ALELUIA, ALELUIA" grita o coral da Igreja.
Tomara! Que apareça um jogador chamado Jesus, que faça o Brasil ganhar a Copa do Mundo na África do Sul. Senão dona Zefa de Sinhá há de dizer:
- Dunga, fio do cabrunco, quem disse que vosmecê é bom técnico, deixando o Ronaldinho Gaúcho de fora.
Osvaldo Abreu Mendes é Defensor Público em Sergipe. Poeta, escritor, radialista, doutorando em Direito na Universidad Nacional de Lomas de Zamora na Argentina.