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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

NINGUÉM MORRE


De repente, no silêncio da noite, você acordar na lembrança de um ente querido, por mais que não queira recordar, vem a saudade, a tristeza. Raro é alguém não possuir uma sombra. Há momentos que você tem a sensação que a pessoa que viajou além, ali chegou em seu quarto, você não se encontra só.


Quer gritar, quer chorar, há um sufoco, é como se alguém colocasse um pano em sua boca. E neste Instante, você reflete: "QUE NINGUÉM MORRE."


Os poetas possuem musas, inspirações, muitas vezes são acordados para escrever. Foi numa noite qualquer que escrevi este poema. A interpretação faça-a, até para quem escreveu o escrito é um enigma, há espiritualidade. Será que quem escreveu foi tão somente instrumento?


SOMBRAS


Dedico este poema a Dra. Fabíola nos Estados Unidos da América


SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS


SE ASSENTUAM NA LEMBRANÇA


SÃO ÁRVORES TOMBADAS


CAÍDAS NA ESTRADA


AO SOL NASCER


AO MEIO DIA


AO PÔR-DO-SOL


HÁ TANTA DÚVIDA:


SE RECORDAR É VIVER!?


ACORDAR AS SOMBRAS DO SONO PROFUNDO


VEM DOR, SOFRIMENTO


PINGOS DE ALEGRIA.


NÃO HÁ COMO CORRER DAS SOMBRAS,


ELAS CHEGAM A CASA,


NÃO SÃO CONVIDADAS.


ENTRAM SEM BATER A PORTA


E FICAM QUAL INQUILINO


SEM FAZER O PAGAMENTO DO IMÓVEL,


NÃO QUER DEIXÁ-LO.


SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS


DE OUTROS QUINTAIS


TAMBÉM SURGEM.


INTRUSAS, OUSADAS,


EXPULSÁ-LAS NADA FÁCIL.


ORAI E VIGIAI...


UMAS FOGEM


OUTRAS INSISTEM, PERMANECEM...


SE VIVER É RECORDAR


HÁ TANTA DÚVIDA!?


AS SOMBRAS SÃO ONDAS DO MAR


CHEGAM E SOMEM...


ORAI E VIGIAI...


UMA SOMBRA PODE SURGIR


NA GRANDE FESTA.


SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS


NINGUÉM FICA SEM UMA.


CADÊ O VIAJANTE DA ESTRADA?


A ÁRVORE CAIU AO MEIO DIA.


VIVER, VIVER, VIVER AO SOL


E A SOMBRA?


DEIXE-A DORMINDO,


POR FAVOR, NÃO A ACORDE.