De repente, no silêncio da noite, você acordar na lembrança de um ente querido, por mais que não queira recordar, vem a saudade, a tristeza. Raro é alguém não possuir uma sombra. Há momentos que você tem a sensação que a pessoa que viajou além, ali chegou em seu quarto, você não se encontra só.
Quer gritar, quer chorar, há um sufoco, é como se alguém colocasse um pano em sua boca. E neste Instante, você reflete: "QUE NINGUÉM MORRE."
Os poetas possuem musas, inspirações, muitas vezes são acordados para escrever. Foi numa noite qualquer que escrevi este poema. A interpretação faça-a, até para quem escreveu o escrito é um enigma, há espiritualidade. Será que quem escreveu foi tão somente instrumento?
SOMBRAS
Dedico este poema a Dra. Fabíola nos Estados Unidos da América
SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS
SE ASSENTUAM NA LEMBRANÇA
SÃO ÁRVORES TOMBADAS
CAÍDAS NA ESTRADA
AO SOL NASCER
AO MEIO DIA
AO PÔR-DO-SOL
HÁ TANTA DÚVIDA:
SE RECORDAR É VIVER!?
ACORDAR AS SOMBRAS DO SONO PROFUNDO
VEM DOR, SOFRIMENTO
PINGOS DE ALEGRIA.
NÃO HÁ COMO CORRER DAS SOMBRAS,
ELAS CHEGAM A CASA,
NÃO SÃO CONVIDADAS.
ENTRAM SEM BATER A PORTA
E FICAM QUAL INQUILINO
SEM FAZER O PAGAMENTO DO IMÓVEL,
NÃO QUER DEIXÁ-LO.
SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS
DE OUTROS QUINTAIS
TAMBÉM SURGEM.
INTRUSAS, OUSADAS,
EXPULSÁ-LAS NADA FÁCIL.
ORAI E VIGIAI...
UMAS FOGEM
OUTRAS INSISTEM, PERMANECEM...
SE VIVER É RECORDAR
HÁ TANTA DÚVIDA!?
AS SOMBRAS SÃO ONDAS DO MAR
CHEGAM E SOMEM...
ORAI E VIGIAI...
UMA SOMBRA PODE SURGIR
NA GRANDE FESTA.
SOMBRAS, SOMBRAS, SOMBRAS
NINGUÉM FICA SEM UMA.
CADÊ O VIAJANTE DA ESTRADA?
A ÁRVORE CAIU AO MEIO DIA.
VIVER, VIVER, VIVER AO SOL
E A SOMBRA?
DEIXE-A DORMINDO,
POR FAVOR, NÃO A ACORDE.