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sexta-feira, 27 de abril de 2012

FIO DO CABRUNCO

Na esquina da rua do Coité - rua Celso de Carvalho com Joviniano de Carvalho, calçadão, ficava o pipoqueiro seu João de Salu, o dono do cinema Brasil era seu Antônio Borges. Quando alguém, que não assistiu o filme, perguntava ao proprietário, se o filme era bom, vinha, de imediato, a resposta: ESTE É DO ARROMBA. O filme poderia não vale um real furado, mas a propaganda estava feita. O dono do cinema, aos domingos na matinê, o filme começava às 4 horas da tarde, passava uma agonia, a adrenalina de seu Antônio Borges aumentava e dos meninos mais ainda, quando as janelas do cinema, que faziam lateral para a rua Joviniano de Carvalho, estavam sendo fechadas, a gritaria era geral. Coitado de seu Antônio, com uma lanterna na mão, falava: - Quem foi o FIO DO CABRUNCO QUE GRITOU? E a gritaria continuava. O velho Antônio, de vez em quando, expulsava um menino. Muitas e muitas vezes o inocente, pagava pelo pecador. Quando o filme iniciava vinha o silêncio dos meninos. Depois da morte de seu Antônio, o cinema fechou. Hoje, está de portas abertas para uma Igreja. Em Simão Dias, em cada canto uma Igreja. E OS FIOS DO CABRUNCO de seu Antônio, cresceram todos. Entre eles, um para contar a história.