Na esquina da rua do Coité - rua Celso de Carvalho com Joviniano de Carvalho, calçadão, ficava o pipoqueiro seu João de Salu, o dono do cinema Brasil era seu Antônio Borges. Quando alguém, que não assistiu o filme, perguntava ao proprietário, se o filme era bom, vinha, de imediato, a resposta:
ESTE É DO ARROMBA.
O filme poderia não vale um real furado, mas a propaganda estava feita.
O dono do cinema, aos domingos na matinê, o filme começava às 4 horas da tarde, passava uma agonia, a adrenalina de seu Antônio Borges aumentava e dos meninos mais ainda, quando as janelas do cinema, que faziam lateral para a rua Joviniano de Carvalho, estavam sendo fechadas, a gritaria era geral.
Coitado de seu Antônio, com uma lanterna na mão, falava:
- Quem foi o FIO DO CABRUNCO QUE GRITOU?
E a gritaria continuava.
O velho Antônio, de vez em quando, expulsava um menino. Muitas e muitas vezes o inocente, pagava pelo pecador.
Quando o filme iniciava vinha o silêncio dos meninos.
Depois da morte de seu Antônio, o cinema fechou. Hoje, está de portas abertas para uma Igreja.
Em Simão Dias, em cada canto uma Igreja.
E OS FIOS DO CABRUNCO de seu Antônio, cresceram todos. Entre eles, um para contar a história.
CONCURSO DE LAGARTO E O DESEMPREGO
Há 13 anos