Naquele domingo, Inácia resolveu matar a curiosidade. No ginásio Carvalho Neto, em sua sala de aula, era a única donzela. As outras meninas da mesma idade já tinham conhecido o prazer, o bicho homem na cama. Inácia, apesar de virgem, não era tão santinha, se pudesse falar as quatro paredes de seu quarto e até o banheiro da escola, diriam que ela se tocava. Não gritava para não chamar atenção, mas o desejo era de urrar como uma leoa.
O nome Inácia Bispo da Silva Santos ela odiava. Sua colega Judite:
- Naninha, seu nome é horrível, nome de pobre.
Ainda bem, que era conhecida por Naninha. Apelido dado por sua avó, dona Matilde.
Quando a professora chamavam os nomes, visando observar os presentes e ausentes, que dizia:
- Inácia Bispo da Silva Santos.
- Presente, professora. O presente era uma alfinetada no coração de Inácia. Por que meu pai escolheu este nome feio. O pai nunca disse. E a mãe nunca soube. Quem sabe se não foi o nome de uma mulher que o pedreiro Severo amou, quando estava em São Paulo. Uma paixão entocada, bem escondida n'alma, coisa que acontece muito nos casais.
Naninha estava triste de sua rotina. Queria sumir. Aos domingos, ia para Igreja, no dia a dia, depois da escola, varria a casa, lavava a roupa de seus três irmãos. A mãe saía bem cedo, nos primeiros raios de sol, trabalhava em uma casa de família na cidade de Lagarto, da gente dos Pratas.
Inácia queria se entregar, mas não a qualquer homem, tinha seu namoradinho, Miguel. O sujeito até que tentou por várias vezes, porém, Inácia sempre resistiu. Deixar, deixava tocar nos seios, nada além disso... Amamentar vá mamamar nos peitos de sua mãe. Dizia Inácia.
Miguel, apesar dos 18 anos, já tinha o seu dinheirinho. Trabalhava como feirante aos sábados e nas quartas-feiras na feira de Simão Dias. Com economia, comprou uma moto.
E, naquele domingo, às 2o horas, na entrada do motel, um caminhão, carregado de cabras e bodes , bateu na moto do rapaz. Inácio foi para o hospital, mas não teve jeito, viajou para o céu.
Inácia sofreu um pequeno arranhão e ficou para contar historia.