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sexta-feira, 19 de março de 2010

SÃO JOSÉ E ZEFA PREÁ

SÃO JOSÉ


Dia de São José. Zefa Preá acordou às quatro horas da manhã. Um galo britânico cantou no momento das badaladas do sino da Igreja de Nossa Senhora Santana. O jegue de Maneca de Severina Preta rinchou e rinchou muito nesse horário. A cidade de Simão Dias na mesmice de todos os dias, na política as mesmas caras, por mais de meio século, o mesmo grupo e nenhum grupo repente, das duais uma: ou os caras são bons ou o povo é acomodado, fica lá a indagação? Política é a peste, já dizia o velho Pedro: "Todo político calça 44." Um entra em nome da Esperança e depois vem a decepção. É assim mesmo, esperança só de Deus sempre dizia Zefa Preá.
Na Feirinha da Rola, a cabra Bita já andava pelas ruas do povoado. O bode Bito parece que incorporou na cabra, ela gosta de acompanhar enterros. A cabra não é como gente, vai para todos os enterros sem nenhuma discriminação.
Zefa Preá era a rainha do Forró, dançou no povoado Pau-de-Leite, no povoado Pau-de-Colher e depois de aposentada pelo Funrural, resolveu passar os últimos dias na Feirinha da Rola.
E, no dia de São José, Zefa Preá não esqueceu de acender sua velinha para o Santo das Chuvas.
Zefa soube pela comadre Zirinha, que nas primeiras horas da madrugada uma chuva fina caiu lá do céu.
Bom sinal, para a gente nordestina, que crê:
CHOVEU NO DIA DE SÃO JOSÉ É BOM INVERNO.