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quarta-feira, 2 de junho de 2010

SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ


Um dia, o amanhã chegará sem manhã.

Todas as manhãs os raios de sol trazem a luz, mas haverá uma manhã - execeção com pingos de choro, grito e lamento. Todavia, o que anima é que o mensageiro da luz banha o dia de amanhã.

O amanhã do trem da vida, que vai além e espalha na estação saudade: lágrima. Ele não discrimina. Todos são escolhidos: do velho ao moço; do moço ao velho.

O relógio do trem marca a hora e bem anuncia o apito da partida.

É preciso não olvidar - devemos fazer do hoje o ÚLTIMO ADEUS, afinal, o dia de amanhã não conhecemos. Só bem sabe o Altíssimo. Vamos acordar do sono profundo, há o dia da matéria, um corpo haverá de partir.

Sim, amanhã é sem manhã. Em seu dia determinado não haverá fugitivo. Ninguém pode escapulir do instante fatal. Sendo assim, vamos colher a flor, semear a boa semente, correr, pular, brincar como criança e, para pessoa amada, enquanto houver alento dizer:


- EU TE AMO.

Antes que não haja mais tempo. O momento é agora!

Do livro Ninguém Morre, Luciano. Autor Osvaldo Abreu.