Um dia, o amanhã chegará sem manhã.
Todas as manhãs os raios de sol trazem a luz, mas haverá uma manhã - execeção com pingos de choro, grito e lamento. Todavia, o que anima é que o mensageiro da luz banha o dia de amanhã.
O amanhã do trem da vida, que vai além e espalha na estação saudade: lágrima. Ele não discrimina. Todos são escolhidos: do velho ao moço; do moço ao velho.
O relógio do trem marca a hora e bem anuncia o apito da partida.
É preciso não olvidar - devemos fazer do hoje o ÚLTIMO ADEUS, afinal, o dia de amanhã não conhecemos. Só bem sabe o Altíssimo. Vamos acordar do sono profundo, há o dia da matéria, um corpo haverá de partir.
Sim, amanhã é sem manhã. Em seu dia determinado não haverá fugitivo. Ninguém pode escapulir do instante fatal. Sendo assim, vamos colher a flor, semear a boa semente, correr, pular, brincar como criança e, para pessoa amada, enquanto houver alento dizer:
- EU TE AMO.
Antes que não haja mais tempo. O momento é agora!
Do livro Ninguém Morre, Luciano. Autor Osvaldo Abreu.