Visitante nº

quarta-feira, 16 de junho de 2010

FRACASSO DO ATLETA

Bartira era a moça mais bonita do lugar. Quem, quem não desejava Bartira? Olhos negros da noite, cabelos longos, corpo de uma deusa grega. Sob os conselhos de uma rezadeira, usava uma figuinha. Dizia dona Zefa:
- Minha filha, a pior inveja é de mulher. O homem lhe olha desejando. A sua coleguinha lhe secando.
E, na Igreja de Nossa Senhora S'Antana, Bartira foi se casar. Marcos era seu futuro esposo. As moças do povoado Feirinha da Rola, não estranhe o nome não, o nome é esse mesmo, sonhava na alcova com Marcos. O cara era um atleta, rosto feminino, até os machão o chamavam de bonito.
No dia de sábado, a Igreja de Simão Dias estava repleta. Moças curiosas e invejosas querendo ser a noiva. Até a beata Zifinha:
- Meu Jesus de Nazaré, com este homem eu perderia a minha virgindade.
O padre Josué perguntou se alguém tinha alguma coisa contra aquele casamento.
A vontade das moças era gritar que Sim.
O casamento foi realizado.
Dona Letícia, moça velha do lugar, disse:
- Um par perfeito.
Na hora da lua-de-mel, Marcos, o bonitão do lugar não conseguiu marcar o gol da partida.
Bartira virou a noite em insônia, enquanto o desgraçado dormia como criança.