Visitante nº

quarta-feira, 9 de junho de 2010

INFÂNCIA DA VIDA

Em todo mundo, há sempre uma criança abandonada. Até quando?



Quem nesta vida não se recorda da infância?
A vida no interior, no tempo em que nasci, era tranquila.
Hoje, os pais devem acompanhar os filhos até à escola. Na esquina, pode se encontrar um pedófilo, um homem oferecendo droga.
A cidade do interior perdeu a tranquilidade. No campo, os marginais estão atacando. Pior do que no tempo de Lampião, os meliantes estão sempre encapuzados. Os poetas da Inconfidência Mineira - vida bucólica do campo - iam morrer de tédio nos dias atuais.
Escrevemos o poema INFÂNCIA DA VIDA:

A infância querida
Ou bem amada
Sempre retorna à vida:
Uma cidade estagnada,
Uma folha caída,
O almejo duma namorada,
Uma última partida,
A primeira viagem na marinete,
Primeiro dia na escola,
Uma criança que chora.
E aquele pivete,
Filho de Nossa Senhora S'Antana,
Que brincadeira!
No cabelo chiclete.
O dlim... dlim... dlim...
Do sino da Igreja
Convidando os fiéis.
Belém... belém... belém... belém...
Vem... vem... vem... vem...
As velhinhas de anéis...
A procissão de Santana,
Um louco no cortejo comendo banana.
A menina de pé no chão
O pai, coitado!
Não tinha dinheiro não
Vai sem sapatos
Fingindo promessa!
O beato Nestor,
Pobre homem já viajou!
Acordava os meninos
Que sonhava com os bois de barro.
Ai , ai, Aleluia,
Ladainhas e rezas.
Faltou água na cuia
Os banhos no Chora-menino,
O rio bem criança,
Envelheceu, se contaminou,
Quando entrou na cidade.
Maldita poluição!
Chora dona Iaiá,
Está morrendo o rio Caiçá!
O homem de calças longas,
Sua árvore cresceu...
Vive em agonia,
Gotas de alegria!
No dia a dia,
Retorna à infância:
O amanhecer, a aurora.
É um menino que chora
No primeiro dia da escola.