Visitante nº

sábado, 29 de janeiro de 2011

UM CÃO NA FLORIDA

Maria Bonita, mulher coragem, mulher de Lampião e seus dois cães.



Osvaldo Abreu é poeta, doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora na Argentina. Dedica este poema ao argentino Conca, melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2010, grande jogador do Fluminense - CAMPEÃO BRASILEIRO.



Poema: UM CÃO NA FLORIDA



Um cão na Florida


Assistia a gente ansiosa


Por sapatos e panos.


E percebia que a primavera e a rosa


Coitados! Não são contemplados pelo bicho humano.


Sentia que há tanta ilusão


Holofotes, luzes e aparência.


O homem pela natureza perdeu a paixão.


A prata e o ouro representam decência!


Que utopia! Em massa, a humanidade vai ao caixão!


O semblante não traduz a alma,


Vigora e é capionga a perfídia.


Jesus, ó Jesus, que mundo! Quem se salva?


Tantos e tantos suicídios por comida!


Cuidado! Gente que se diz calma.



E aí, o pobre animal sofria desdém...


De patas feridas, ninguém ouvia au, au, au...


Um dia, seremos cão também


Em Buenos Aires e em qualquer canto universal!


A brisa e a tempestade sempre vêm...


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

VIÚVA ETERNA

E o fato aconteceu no interior do Nordeste brasileiro. Na pequena cidade, dona Firmina possuía o dom de ficar viúva. Nos braços de Firmina morreram Ananias, Viriato, Cornélio e Expedito. Quando já tinha 60 anos, Firmina casou com Expedito, jovem de 25 anos. O homem não precisava estar numa academia de ginástica, era bem preparado, pegava em seus ombros um saco de feijão de mais de 50 quilos sem muita dificuldade.

E todos diziam: " Desta vez Firmina vai primeiro ao paraíso dos pés juntos. "

."Expedito morreu de acidente de carro aos 26 anos.

Depois do quarto marido, Firmina não mais casou. Morreu aos 85 anos.

Zé Bodocó, cachaceiro por natureza, lustrador de sapato , dizia: "Quem nasce pra enterrar defunto, tão cedo não pode ser enterrada."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CANGACEIRO TRAÍDO

ZÉ BAIANO FORA MORTO NO POVOADO ALAGADIÇO, MUNICÍPIO DE FREI PAULO-SE

Em Sergipe, o maior colecionador das armas dos cangaceiros é meu amigo Porfírio do povoado Alagadiço. O homem possui um museu do cangaço. Foi em Alagadiço que foi morto Zé Baiano, que bem vivia no lugar. Zé Baiano era poeta, sanfoneiro. Um dia, quando foi traído por sua mulher a ferou no rosto com ZB. E assim, ficou com a fama de agressivo, quando era um cidadáo (Este computador argentino náo possui o tio) pacato, ouvi depoimentos de gente do lugar, que conheceu Zé Baiano. A história como sempre há várias versóes (este computador argentino mais uma vez).


Segundo a outra versáo ( O acento agudo é para dizer que tem um tio) , os matadores de Zé Baiano o assassinaram para ficar com os contos e os réis. Zé Baiano, naquele tempo, fazia agiotagem. Um dos matadores ficou bem rico, comprou , de imediato, uma fazenda.


A história dos vencedores difere dos vencidos.


A nossa história, em geral , é a história do poder.




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SENTENÇA DO JARDINEIRO













A Marcos Bandeira







Meu caro juiz,
O mundo da Lei
Deixou o homem infeliz
Maldita sentença
O homem em sua presença
Não pode provar a inocência
E vai à triste masmorra
Ele não matou
Há um álibe
Ele é jardineiro
No momento da tragédia
Ele colhia uma flor
Para doar a filha deficiente
O nome dele é José Vicente
E não foi observado
Que JOSÉ DE VICENTE
É o seu cunhado
José Vicente
Na boca possui dois dentes
Um podre , outro brocado
José de Vicente
É banguelo
Sujeito desdentado
José Vicente
É manco da perna direita
José de Vicente
É manco da perna esquerda
José Vicente
Não sabe usar a caneta
Analfabeto de pai
Analfeto de mãe
José de Vicente
O nome sabe fazer
Bem rabiscado
A sentença já foi proferida
José Vicente
É um sujeito suicida
Dele pode aguardar a morte
Porque há homens que nasceram sem sorte
Sempre são confundidos
Pobre José Vicente
Vítima transformado em bandido
Se gritar a consciência de Vossa Excelência
Chamem os dois para acareação
São homens sem réis , nem tostão
Verá que José de Vicente
Vai dizer que foi ele quem matou
E não o jardineiro que colhia uma flor.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A MULHER NOSSA E A CAMAREIRA






Os homens, em geral, são bagunceiros, existem aqueles bem arrumadinhos. As mulheres inegavelmente são organizadas, é claro que há exceções.

No hotel, não se pode negar os bons serviços da camareira. Deixa o quarto bem arrumado, da cama ao lençol.

A camareira é semelhante a muitas mulheres de muita gente que investigam, sabem, veem , mas fingem não enxergar. Estas não possuem a garantia do emprego, mas a durabilidade da convivência.


VIVER É SABER TOLERAR O OUTRO.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A CALÚNIA E A BEATA


Quadro do pintor renascentista FREI ANGÉLICO


A beata Zefinha era a moça mais virgem da pequena cidade do interior. Anacleto até que tentou namorá-la, ela não aceitou. O sujeito espalhou o boato que Zefinha estava tendo um caso com o padre Marcos. Muitos acreditaram e a coitada da Zefinha, decepcionada, foi embora do lugar. Zefinha depois realizou o seu sonho, tornou-se freira.


O sujeito não parava de caluniar. Outro dia, ele caluniou um Delegado, dizendo que o homem do inquérito policial estava recebendo propina do jogo do bicho. O Delegado empurrou o sujeito na cadeia.


Se não pode falar bem, ruim é falar mal.


Já disseram da CALÚNIA:


"A LÍNGUA QUE CALUNIA MATA 3 PESSOAS: A QUEM PROFERE A CALÚNIA, A QUE ESCUTA E A PESSOA SOBRE A QUAL SE FALA."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O BRINQUEDO JOGADO

CRIANÇAS NA LIXEIRA



MEU FILHO,



Agradeça a Deus!


Ainda ontem eu vi


Bem próximo ao Ateneu


Uma criança abandonada


Dormia e sonhava


Talvez no sonho seu


Sonhava com utopia


De um mundo bem melhor


De sol e alegria


O mundo de ingratidão


Assim não responde


E não respondia


Meu filho, aquele brinquedo


Que na velhice foi jogado


Poderia oferta um sorriso


Ao menino abandonado


Buenos Aires, 18 de janeiro de 2011


Ao meu filho Marcos Vítor;


De seu pai,


Osvaldo Abreu


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PÉ NA COVA E A TERRA DOS PÉS JUNTOS

O assunto é sério. Mas vamos contar como se fosse uma história infantil.
Era uma vez uma família de 15 filhos. Cresceram e multiplicaram numa cidade do interior. Envelheceram. Ficaram avôs e avós. O mais novo tinha 70 anos. O mais velho já ultrapassava dos 80 anos. Estavam todos velhos, mais risonhos.
Entre eles havia a disputa: "Quem seria o primeiro a morrer."
Quando Rosa adoeceu e foi enternada gravemente. Gritou Zeca:
- Rosa agora vai para o paraíso do pé na cova.
Quatro anos depois, Zeca viajou para a terra dos pés juntos.
Rosa saiu do pé na cova e ficou para contar a história.

BUENOS AIRES E MEU FILHO

Meu filho, viver é lutar. desistir é morrer. Retornei a Buenos Aires. Continuação do curso de Doutorado na Universidad Nacional de Lomas de Zamora. A viagem foi tranquila. Sem muita turbulência. Eu tinha medo, muito medo de viajar de avião. Receio de morrer. Mas a morte é como a vida, tem o dia certo. Uns morrem abruptamente, outros de forma natural. Há uma certeza incontestável todos viajarão a cidade dos pés juntos. Estou mais tranquilo, perdi o medo de viajar de avião.


Buenos Aires é uma cidade de muitos prédios antigos, porém, a modernidade por aqui chegou. A capital dos argentinos é bonita, de grandes avenidas. Los hermanos são afáveis. O fubebol é outra coisa. Os homens brasileiros cumprimentam uns aos outros com o aperto de mão; os argentinos com o beijo no rosto. É a tradição.


Estive numa casa de show - CUBA MIA. A música cubana é alegre, parece com o nosso forró. O povo argentino gosta do Tango, as canções são tristes. Você não nasceu nos anos 40 e 50, de igual modo o seu pai, mas acompanhando pela internet as canções brasileiras dos anos citados, bem faz lembrar o tango. Eram os cantores da época Marlene, Emilinha Borba, Francisco Alves. Que bela voz Dolores Duran. Que começou a cantar aos 10 anos e em 1959, morre jovem.


Meu filho, nunca desista.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A DAMA DO CABARÉ E NOEL ROSA

A DAMA DO CABARÉ, AMOR DE NOEL E DO POETA MÁRIO LAGO


Ninguém pode negar, o maior sambista brasileiro é Noel Rosa. O compositor e poeta teve uma vida prematura, morreu antes de completar 27 anos. Ele nascido em 11 de dezembro de 1910 e morreu em 4 de maio de 1937. Noel foi casado com a sergipana Lindaura que morreu em 2001. Filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e a professora Marta de Medeiros Rosa.
O poeta Noel Rosa amou Ceci, a dama do cabaré, e para ela fez uma canção DAMA DO CABARÉ:




Foi num cabaré na Lapa
Que eu conheci você
Fumando cigarro,
Entornando champanhe no seu soirée

Dançamos um samba,
Trocamos um tango por uma palestra
Só saímos de lá meia hora
Depois de descer a orquestra

Em frente à porta um bom carro nos esperava
Mas você se despediu e foi pra casa a pé
No outro dia lá nos Arcos eu andava
À procura da Dama do Cabaré

Eu não sei bem se chorei no momento em que lia
A carta que recebi, não me lembro de quem
Você nela me dizia que quem é da boemia
Usa e abusa da diplomacia
Mas não gosta de ninguém

Foi num cabaré na Lapa...


Chico Buarque de Holanda, cantor, compositor, romancista e poeta brasileiro, torcedor do meu Fluminense, gosta muito do samba de Noel. A CHICO dedico este poema A DAMA DO CABARÉ E NOEL ROSA:

Não conheci Ceci,
A dama do cabaré,
Ai de mim, ai de ti...
Uma fêmea, uma mulher.
A vida é de marcha
Uma primeira, uma ré.
A Lapa ainda chora,
Vila Isabel também...
Foi embora Noel Rosa,
Cantar no além...
Ora, ora, ora, minha senhora,
E a dama do cabaré?
É canto de violão,
É canto de viola.
Lá no céu,
Vê quem chegou?
O sambista Noel.
E o samba continua...
Pra mulher do cabaré,
Pra mulher da rua.
Ceci e Noel no céu,
Mário Lago tirou o chapéu.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O CRACK NO MUNDO


O craque sob referência não é Cristiano Ronaldo do Real Madrid da Espanha nem Messi, craque da seleção argentina, jogador do Barcelona. Ambos bons jogadores. O crack em tela trata-se da maldita pedra, que vem assassinando a juventude brasileira e de todo mundo. O crack é um problema de saúde pública mundial. O crack é uma droga de calamidade.

Quando eu vi Mariazinha, a moça bonita que todos desejavam, vi o cadáver de um morta-viva, disse comigo mesmo: "Não, meu Deus, não pode ser! Mariazinha tão almejada, todos botavam o olho para pegá-la e agora, a moça clama piedade! Pobre da Mariazinha!

Em todo mundo são muitas as Mariazinhas e os Zés da Vida. Que perderam a juventude, que perderam o sentido da vida. Tendo o desprezo social!

Mariazinha quer viver! Mas não sabe como lutar contra o vício! O mal está enraizado no corpo e na alma.

É preciso uma campanha mundial contra a droga do crack que não joga para marca o gol do sucesso. Mas o gol da piedade, da tristeza e do desprezo.

Escrevemos um poema o CRACK em homenagem a Mariazinha:
O crack está devorando
Teu corpo atlético!
Nem de longe,
Nem de perto,
Tu não és continuidade...
A criança que sorria,
A menina que brincava
Enterrou-se na primavera!
A flor murchou!
Metamorfose de velha!
O que era flor,
Cheiro de colibri,
A flor seca voou!
Em que retrato,
Em que espelho
Esconde teu existir?

De Osvaldo Abreu para Mariazinha

domingo, 2 de janeiro de 2011

QUANDO O LÍDER CHOROU

" Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar..."

Ele chegou com o filho deficiente nos braços. Deu lá seu discurso do melhor orador de Sergipe Del Rey. Fez um discurso com poesia e filosofia. No dia de ontem, primeiro de janeiro do novo ano, foi a posse dos governadores do Brasil e a posse da mulher presidente de nossa pátria, Dilma Rousseff. Em Sergipe, foi a posse de Marcelo Déda Chagas , um capa-bode, nascido na cidade de Simão Dias, lá em 1960, no dia 11 de março.


O governador Déda é pai de cinco filhos. Torcedor do Flamengo, advogado e poeta.


O compadre do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chorou e fez chorar, quando falou de seu pequeno Mateus, filho deficiente.


Até a dura Deputada Estadual, Ana Lúcia, chorou. E muitos choraram no Plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe.


Se fosse preciso renunciar o poder, para ver seu filho correr e brincar, não há dúvida, que o governador Déda deixaria o poder.


O menino Mateus quer viver. Passou vinte e um dias entre a vida e a morte.


Ao governador Déda, sucesso! Mateus é teu e vai viver. A Vossa Excelência um poema de quem também chorou:



O MAR É TEU


Quando suspiravas,


Pensava que morrias!


Indaguei a Deus


Por que assim nascias?


O Senhor na sua ocupação


Não me respondeu!


E no leito de meu filho,


Eu muito refltetia:


Que o maior poder


Um pai ele bem daria,


Para enxergar seu pequeno


Brincar e correr no dia a dia.