Um livro indicado para crianças e adultos.
Meu filho, Marcos Vítor, de 8 anos, já leu.
Eu me era menino em Simão Dias, interior do Nordeste brasileiro, quando vi uma máquina, roncando, derrubando as árvores na praça de São João, praça do cemitério, da delegacia e do hospital, que meu pai, sempre de bom humor, a chamava de praça dos Três Poderes . Confesso que chorei. Lá na praça , nós, os meninos, brincávamos à sombra das grandes arbutos: o pé de tamarindo, oiti, o pé de figo (ficus), eucalipto. Só faltavia O MEU PÉ DE LARANJA-LIMA e o menino Zezé que conversava com a laranjeira . Obra do escritor José Mauro de Vasconcelos . Na praça da tragédia, tinha também um campo de futebol. Bom de bola mesmo era Pelé, filho do padeiro Ananias.
A vida da passarada e dos meninos estavam na praça. Pobres aves! Vi o pia do Bem-te-vi, vi um casal de rolinhas voando, um cardeal, apesar da tristeza, não perdeu o seu canto. Era na praça que o vaqueiro Celino passava com o pobre boi, para morrer no matadouro. Coitado! Muitos bois davam trabalho, intrigavam com o vaqueiro, o instinto animal avisava a infeliz morte e assim , sabiam do cruel destino.
Hoje, escuto numa rádio , não tive nenhuma preocupação em saber o nome da mesma, o protesto de uma bióloga, que o INSTITUTO BANESE vai derrubar um oiti centenário. O governador de Sergipe, dr. Marcelo Déda Chagas, é da mesma infância, brincou na praça, viu o vaqueiro Celino, ouviu o canto do passarinho, bem poderia em nome da natureza, gritar ao presidente do BANESE não assassine o OITI.