Quando José Manoel chegou à cidade de Simão Dias, tinha o sujeito Zé Mané, era assim que era chamado por todos os que o conheciam, 14 anos. Veio lá das bandas do povoado Feirinha da Rola, que Feirinha da Rola continua na boca do povo, para alguns metidos a mudar o nome, já assentado pelo povo, chamam de São Domingo. Nem sábado, nem domingo, na voz do povo é Feirinha da Rola, lugar da ilustre cabra Bita que acompanha funeral. Quem duvidar vá conhecer a senhora Cabra Branca. Ela já possui uma canção, composição e poema de Antenor Nunes.
Mas vamos ao Zé Mané. Ele veio donzelo para a cidade. Mulher nua só conhecia na imaginação. Saber o que o cavalo fazia com a égua, bem sabia, muitas vezes assistiu o cavalo em cima da égua. Seus olhos de menino miravam de admiração, quando o cavalo com fúria saciava o cio da fêmea.
O sonho de Zé Mané conhecer uma mulher nua, mostrando os peitos. No sábado de Aleluia, quando na praça barão de Santa Rosa Judas era queimado, foi o dia que o donzelo conheceu a pequena Bisqui no cabaré Bico-da-Asa. Quem levou o menino para perder o cabresto foi seu tio Bartolomeu, recém chegado de São Paulo.
E Zé Mané chegou ao prazer tão rápido que a pequena Bisqui gritou:
- Ó menino, você é parente de coelho?
O menino, ainda na inocência dos tempos dos cabarés de Simão Dias, respondeu:
- Sou não, moça!
Bisqui ria e como ria!
- Mocinho, quem dera, deixei de ser virgem há cinco anos, hoje sou a pequena dama do cabaré.
Enquanto isso, a vitrola tocava uma música de Waldik Soriano: Eu Não Sou Cachorro Não.
Zé Mané é avô, de cabelos brancos, se pudesse o tempo voltar atrás, queria estar de novo no cabaré do Bico-da-Asa.