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sábado, 10 de novembro de 2012

TRAIÇÃO NA INTERNET

Dona Mariana dizia a seu filho Mateus: "Mulher é como cachorra se conhece pela raça." Se o dito fosse enunciado por um homem, as feministas diriam que é uma colocação machista. Dona Mariana era uma mulher da roça, quando queria dizer uma coisa, nem Jesus descendo de lá de cima, impedia-a.

Dona Mariana tinha cinco filhos. Mulheres eram três: Marta, Marli e Mônica. Adotou a letra M para seus pupilos, dois homens: Mateus e Murilo.

A sertaneja ficou viúva cedo. Até um compadre veio com gracinha, querendo chamego, ela mandou que o velho Zequinha se respeitasse. Daquele dia em diante, nunca mais quis uma prosa com o compadre. Falava a seus filhos: " De gente safada quero distância. Outros pretendentes surgiram, até um fazendeiro da Bahia. Dona Mariana era resistente e falava: "Nasci mulher pro homem só."

As meninas casaram cedo. Igual a mãe só conheceram um homem.  Os desejos na alma, ficam escondidos na hora da novela. Na hora da cama, ficavam imaginando, fazendo amor e sexo com os atores. Eram bonitas, no dia a dia , nunca traíram.
O filho Murilo trouxe no corpo o jeito feminino. Tristeza para sua mãe. A velha nunca tentou forçar a natureza, dizia que o que tem de ser já vinha  de berço.

Mateus veio para compensar, era safado, sem-vergonha, raparigueiro. Sempre brincou com o sentimento das meninas. E, um dia, olhe Mateus apaixonado. Clarete era a dona do coração de Mateus.

No primeiro dia que dona Mariana viu Clarete, disse reservadamente a seu filho: "Não fui com a cara desta dona, tem cara de safada e que bota chifres.

O filho retrucou: "Que isso, mãe, é uma moça direita."

A mãe respondeu: "Meu filho, o tempo da a resposta para tudo."

Clarete era filha única. Dona Silvia, quando nova, tinha um caso com o comerciante Ananias. Seu Belarmino morreu sem saber da traição. Mas a pequena cidade de Riachão sabia.
Mateus deu na telha que queria casar com Clarete. Dona Mariana: "Você casa, a decisão é sua, mas não tem o meu aval."

Eles casaram. No casamento,  até o ilustre Bode Bito se fez presente.

Mateus era moto-táxi. Clarete, estudante. Enquanto o marido trabalhava, ela ficava nas redes sociais. Na internet, conheceu Adamastor, um baiano, lá das bandas da Cajazeira. O cabra dizia ser empresário, todavia, era um traficante.

Numa segunda-feira, feira na vizinha cidade de Lagarto, Clarete falou ao esposo que ia visitar sua tia Camosa, que estava doente. O real motivo era o encontro com Adamastor. Depois da visita da tia doente, os internautas se encontraram. O encontro foi dentro do motel. Se Clarete soubesse que Adamastor era traficante e possuía AIDS, talvez não teria traído.

Marido e mulher adquiriram AIDS. Havia dúvida na mente de Clarete se a doença foi pegada de seu marido ou de Adamastor. Mateus acha que ele transmitiu a doença.

Depois de dois anos, primeiro morreu Mateus, um mês depois, Clarete. E o Bode Bito que não perdia enterro, acompanhou os cortejos.