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quarta-feira, 20 de julho de 2011

SONO ETERNO - CARLOS RODRIGUES

Não fui ao seu funeral, amigo Carlos Rodrigues . Soube de sua morte no dia de seu sepultamento. De uma coisa eu tenho certeza, não houve nenhum curioso presente para saber se você tinha morrido mesmo, coisa que aconteceu com um conhecido, chamado Viriato, agiota de corpo e alma.




Carlos Rodrigues, os que estavam em seu cortejo e os que não puderam ir, terão, com certeza, igual destino, afinal, a morte não oferta privilégio, morrem brancos, negros, mulatos, ricos e pobres, por intermédio dela, somos todos iguais, apesar de existir mausoléu de mármore, granito, de tijolo e muitos são enterrados na própria terra. O pó será o mesmo. Os tempos mudaram, há planos de saúde, que englobam auxílio funeral, ninguém é enterrado numa rede, coisa do passado.




Carlos Rodrigues, quantas e quantas vezes adentrei a madrugada, ouvindo seu programa MADRUGADA LIVRE na rádio Jornal de Sergipe. A insônia ia embora e dormia ouvindo suas orientações. O tempo não volta atrás. E aos sábados, lá no mercado Thales Ferraz em Aracaju, estamos reunidos no Café da Manhã no restaurante de Jardiel, um Seu Longa sergipano. Debatíamos sobre política e futebol. Já não falávamos dos cabarés , porque acabaram todos, com a morte do Tabu Sexual. A liberdade sexual fechou os cabarés.




Carlos Rodrigues, uma coisa eu nunca lhe disse, receava que você falasse, você sempre sincero, poderia dizer:




- Deixa de ser puxa-saco, meu Doutor.




Você sempre foi o melhor radialista de Sergipe e homem culto do rádio.




No fim da Madrugada Livre, estava eu presente no Programa de Paulo Lacerda, Jornal da Manhã, com o Direito do Cidadão.


Deixei o rádio, você continuou .


Você era bem polêmico, talvez vai indagar a São Pedro:


- São Pedro, por que negaste Cristo por três vezes?


Pedro, quem sabe dirá:


- Coisa do destino.




Dorme, Carlos, você sempre é eterno e sempre será.