MEU ANJO DE LUZ
Capítulo B
Se o sol surgisse pelas manhãs ou se a chuva batesse no telhado, os passarinhos sempre estavam na minha janela, cantando suas canções do dia a dia da natureza. Havia beija-flor, bem-te-vi, galo de campina, canarinho amarelo, jesus-meu-deus e meu amiguinho, um pássaro preto. Os pardais eram em grande quantidade, dentro de um carrinho de presentes não caberiam todos. Piavam muito. 0 canto não se ouvia. A cada novo sol nascer, surgiam novos pardais. Não sabia o porquê de tal multiplicação.
Papai sempre levava o meu pedido, para não esquecer, anotava em uma folha de papel e escrevia com sua caneta da cor de ouro.
E quando chegava, à tarde ou à noite, dizia:
- Vitória, trouxe a comidinha de seus amiguinhos.
Dava-lhe um beijo em seu rosto cor de neve.
Ele sorria e falava:
- Te amo , minha princesinha.
Antes de dormir, deixava os grãos de milho na lateral da janela e pela manhã, a bela orquestra vinha, voava , comia e cantava.
De vez em quando, de mansinho, eu abria a janela. Assustavam a todos bichinhos. Somente um ficava, o meu príncipe negro, o pássaro preto. De início, não foi tão assim, ele levantava voo. E a gente se acostuma com quem a gente quer bem. Durante o dia, a boa lembrança vinha e se papai do céu pudesse antecipar as manhãs, desejava que as tardes e as noites fossem manhãs, para estar bem perto de meu amiguinho.
Ele me olhava como se fosse gente contemplando as estrelas do céu. Parecia que o pequeno pássaro já foi gente.
As manhãs ficaram triste. Meu pequeno amiguinho desapareceu. Não sei qual foi seu destino. Talvez, um menino o prendeu para ouvir o seu canto ou um caçador o matou ou morrer de morte morrida. Pedi a papa que o localizasse, papa determinou as homens de terno que procurasse o pequeno passarinho. Procura foi sem resultado de sorriso. Eles não encontraram meu amiguinho.
BÁ disse-me em sonho:
- Que o passarinho já tinha chegado o seu tempo de viver no campo e que estava vivendo no céu.
Falou ainda:
- Que os passarinhos e as crianças são anjos de Deus na terra.
Nunca gostei de me alimentar, vários dias fiquei sem comer. Papa me levou ao local de gente de roupa branca e uma mulher de olhos azuis colocou uma agulha dentro de meu braço. A mulher disse que tinha uma filhinha que parecia comigo.
Cinco dias depois, saí daquela sala fria e retornei à nossa casa de jardim de mulheres nuas e com meninos e meninos e meninas nuas. Papa gostava destas estátuas, a mim vinha o susto. Tinha uma que falava, se eu dissesse a papai, ele ia me levar de novo ao psicólogo. Aquele homem que só diz: "fale mais, fale mais, fale mais." Não sei falar com gente grande, gente grande é complicada. Gosto de me comunicar com meus amigos da natureza e com meu amigo secreto. Que depois eu conto.
Conheci mamãe, ela veio em sonho. Ela tinha olhos da cor do céu. Roupa alva igual a areia da praia. Uma luz circulava em sua cabeça, minha mãe, que saí de sua barriga, parecia a santa que ficava no quarto de papai, tinha o nome de Nossa Senhora do Rosário.
Ela me pediu: - Filhinha, volte a comer. Você vai me deixar feliz.
Acordei e senti fome. Na mesa grande , que gente grande chama de jantar, comi uvas e uma pequena maçã.
Papai bateu palmas. Queria que mamãe 1 e 2 estivessem presentes. Na casa cheia de quartos dormiam eu, pai e muitos e muitos empregados. De pequeno somente eu e meu amigo secreto que ficava lá no pé de goiabeira.
Capítulo B
Se o sol surgisse pelas manhãs ou se a chuva batesse no telhado, os passarinhos sempre estavam na minha janela, cantando suas canções do dia a dia da natureza. Havia beija-flor, bem-te-vi, galo de campina, canarinho amarelo, jesus-meu-deus e meu amiguinho, um pássaro preto. Os pardais eram em grande quantidade, dentro de um carrinho de presentes não caberiam todos. Piavam muito. 0 canto não se ouvia. A cada novo sol nascer, surgiam novos pardais. Não sabia o porquê de tal multiplicação.
Papai sempre levava o meu pedido, para não esquecer, anotava em uma folha de papel e escrevia com sua caneta da cor de ouro.
E quando chegava, à tarde ou à noite, dizia:
- Vitória, trouxe a comidinha de seus amiguinhos.
Dava-lhe um beijo em seu rosto cor de neve.
Ele sorria e falava:
- Te amo , minha princesinha.
Antes de dormir, deixava os grãos de milho na lateral da janela e pela manhã, a bela orquestra vinha, voava , comia e cantava.
De vez em quando, de mansinho, eu abria a janela. Assustavam a todos bichinhos. Somente um ficava, o meu príncipe negro, o pássaro preto. De início, não foi tão assim, ele levantava voo. E a gente se acostuma com quem a gente quer bem. Durante o dia, a boa lembrança vinha e se papai do céu pudesse antecipar as manhãs, desejava que as tardes e as noites fossem manhãs, para estar bem perto de meu amiguinho.
Ele me olhava como se fosse gente contemplando as estrelas do céu. Parecia que o pequeno pássaro já foi gente.
As manhãs ficaram triste. Meu pequeno amiguinho desapareceu. Não sei qual foi seu destino. Talvez, um menino o prendeu para ouvir o seu canto ou um caçador o matou ou morrer de morte morrida. Pedi a papa que o localizasse, papa determinou as homens de terno que procurasse o pequeno passarinho. Procura foi sem resultado de sorriso. Eles não encontraram meu amiguinho.
BÁ disse-me em sonho:
- Que o passarinho já tinha chegado o seu tempo de viver no campo e que estava vivendo no céu.
Falou ainda:
- Que os passarinhos e as crianças são anjos de Deus na terra.
Nunca gostei de me alimentar, vários dias fiquei sem comer. Papa me levou ao local de gente de roupa branca e uma mulher de olhos azuis colocou uma agulha dentro de meu braço. A mulher disse que tinha uma filhinha que parecia comigo.
Cinco dias depois, saí daquela sala fria e retornei à nossa casa de jardim de mulheres nuas e com meninos e meninos e meninas nuas. Papa gostava destas estátuas, a mim vinha o susto. Tinha uma que falava, se eu dissesse a papai, ele ia me levar de novo ao psicólogo. Aquele homem que só diz: "fale mais, fale mais, fale mais." Não sei falar com gente grande, gente grande é complicada. Gosto de me comunicar com meus amigos da natureza e com meu amigo secreto. Que depois eu conto.
Conheci mamãe, ela veio em sonho. Ela tinha olhos da cor do céu. Roupa alva igual a areia da praia. Uma luz circulava em sua cabeça, minha mãe, que saí de sua barriga, parecia a santa que ficava no quarto de papai, tinha o nome de Nossa Senhora do Rosário.
Ela me pediu: - Filhinha, volte a comer. Você vai me deixar feliz.
Acordei e senti fome. Na mesa grande , que gente grande chama de jantar, comi uvas e uma pequena maçã.
Papai bateu palmas. Queria que mamãe 1 e 2 estivessem presentes. Na casa cheia de quartos dormiam eu, pai e muitos e muitos empregados. De pequeno somente eu e meu amigo secreto que ficava lá no pé de goiabeira.